Felizes os que não vivem de desculpas
3 de novembro de 2015Haverá alegria no céu por um só pecador que se converte. (LC 15,1-10)
5 de novembro de 2015Leitura: Lucas 14,25-33
Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse:
— Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: “Este homem começou a construir, mas não pôde terminar!”
— Se um rei que tem dez mil soldados vai partir para combater outro que vem contra ele com vinte mil, ele senta primeiro e vê se está bastante forte para enfrentar o outro. Se não fizer isso, acabará precisando mandar mensageiros ao outro rei, enquanto este ainda estiver longe, para combinar condições de paz.
Jesus terminou, dizendo:
— Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem.
Oração: Deixar tudo o que tem
O seguimento de Jesus exige imitação de Jesus e, por isso, cada um deve renunciar a tudo, ao próprio eu inclusive, tomar a própria cruz para, finalmente, segui-Lo. Jesus nos diz da exigência dessas condições para que O acompanhemos. Não faz sentido nos pensarmos seguidores de Cristo se ainda não nos desprendemos daquilo que é próprio deste mundo e não pertencente ao outro – ao Reino que nos propõe.
Por isso há a necessidade de revisarmos o título “cristão”. Se admitirmos que cristão seja aquele que efetivamente vive uma vida de imitação de Cristo, podemos seguramente hoje nos declararmos cristãos? Em outras palavras, hoje vivemos totalmente desapegados deste mundo e dispostos a carregar os pesares de cada dia? Morreríamos pela nossa fé?
Há ainda algo pior que o “cristão” não totalmente disposto a seguir Cristo. Existem os católicos não praticantes. Mas faz algum sentido dizermo-nos membros da Igreja de Cristo se não estamos dispostos à ação? Ação não apenas de participarmos dos rituais litúrgicos, mas principalmente de praticarmos a nossa fé em forma de caridade. O católico não praticante é não praticante porque escolheu praticar outras coisas, ao invés de praticar a vontade de Deus, contida na mensagem de Jesus que conduz a Sua Igreja.
Somos todos cristãos fracos, porque vacilamos diante da propaganda enganosa do mundo. Para sermos completos, enfim, devemos dedicar o nosso esforço à busca da santidade que Jesus todos os dias nos oferece. Reflitamos algo imprescindível para o nosso entendimento da bondade de Jesus: a renúncia é muito mais uma dica do que uma picuinha de Deus. A renúncia nos deixa dedicarmo-nos ao que realmente importa, à melhor parte.
Peçamos ao bom Deus que nos ensine a imitar a renúncia de Jesus. Tenhamos fé ardente para alcançarmos a plenitude de Seu seguimento.
Marcelo H. Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG e membro da Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte-MG.