Como é que vocês não sabem interpretar o tempo presente? (Lucas 12,54-59)
25 de outubro de 2013Ó Deus, tem pena de mim
27 de outubro de 2013Nesse tempo, chegaram algumas pessoas levando notícias a Jesus sobre os galileus que Pilatos tinha matado, enquanto ofereciam sacrifícios. Jesus respondeu-lhes: “Pensam vocês que esses galileus, por terem sofrido tal sorte, eram mais pecadores do que todos os outros galileus? De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo.
E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu em cima deles? Pensam vocês que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo.”
Então Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada no meio da vinha. Foi até ela procurar figos, e não encontrou. Então disse ao agricultor: ‘Olhe! Hoje faz três anos que venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a! Ela só fica aí esgotando a terra’. Mas o agricultor respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e por adubo. Quem sabe, no futuro ela dará fruto! Se não der, então a cortarás’.”
Vemos muita injustiça e morte ao nosso redor. Miséria, pessoas vivendo nas ruas, muita opressão. Às vezes escutamos por aí: “Ele está na rua porque quer!” ou: “Roubou, merece apanhar!”. Jesus nos tira de ficar numa busca simplória de causa e efeito que nos turva o olhar, impedindo de ver a raiz, sistemicamente, e por isso de forma mais complexa as várias situações da nossa sociedade. E, principalmente, que nos isenta de responsabilidade.
Ao contrário, a falta de vida das pessoas ao nosso redor – seja física, seja existencial – denuncia nossa própria esterilidade. Daí a parábola que Jesus conta. A figueira é símbolo de Israel, o povo escolhido por Deus. O que fazemos com a escolha e o chamado que recebemos? Será que também esgotamos a terra?
Na oração de hoje, experimentar a misericórdia do próprio Senhor que ainda tem esperança e vem trabalhar nossa vida. Faz isso através de tantas pessoas que apostaram e apostam em nós! Pedir-lhe que trabalhe, para que demos fruto de vida ao nosso mundo. Senhor, trabalha a minha raiz. Passa a enxada ao redor, tira os excessos que não são seu e só contribuem para minha esterilidade; põe matéria orgânica, põe da tua vida, conecta-me com o sentimento do Pai por cada filho. Trabalha-me no fundo, pois não é questão de voluntarismo, mas de dar frutos no Teu amor, que deseja que a justiça se realize em mim, em nós pelo Espírito.