Mateus 13,10-17
27 de julho de 2017Jesus é a ressurreição e a vida (JO 11,19-27)
29 de julho de 2017— Então escutem e aprendam o que a parábola do semeador quer dizer. As pessoas que ouvem a mensagem do Reino, mas não a entendem, são como as sementes que foram semeadas na beira do caminho. O Maligno vem e tira o que foi semeado no coração delas. As sementes que foram semeadas onde havia muitas pedras são as pessoas que ouvem a mensagem e a aceitam logo com alegria, mas duram pouco porque não têm raiz. E, quando por causa da mensagem chegam os sofrimentos e as perseguições, elas logo abandonam a sua fé. Outras pessoas são parecidas com as sementes que foram semeadas no meio dos espinhos. Elas ouvem a mensagem, mas as preocupações deste mundo e a ilusão das riquezas sufocam a mensagem, e essas pessoas não produzem frutos. E as sementes que foram semeadas em terra boa são aquelas pessoas que ouvem, e entendem a mensagem, e produzem uma grande colheita: umas, cem; outras, sessenta; e ainda outras, trinta vezes mais do que foi semeado.
Neste momento de oração, aquietemos nossa mente e abramos nosso coração para que o Espírito Santo trabalhe em nós e produzamos bons frutos. Envie, Senhor, o seu Espírito!
Na primeira leitura de hoje (Ex 20,1-17), Deus fala a seu povo, dizendo que o tirou do Egito, onde era escravo e pede a ele um compromisso: “não adore outros deuses; adore somente a mim”.
A ideia de compromisso espanta muitas pessoas. O matrimônio, por exemplo, é uma instituição muito questionada quanto aos compromissos que os noivos realizam diante do altar. É muito comum presenciarmos pessoas banalizando estes compromissos, afirmando a impossibilidade de realizá-los “até que a morte os separe”, afinal tudo muda o tempo todo e não é possível assegurar que o “amor” será para sempre.
A ideia que se vende, e na qual pode estar nosso maior equívoco, é que somos livres, por isso, não podemos ficar “amarrados” a um compromisso eterno.
Ora, se há uma dificuldade enorme em se compromissar com pessoas que vemos/ouvimos/sentimos, como nos compromissar com alguém que não vemos/ouvimos/sentimos, não da forma física? Com alguém que é invisível e do qual não escutamos a voz?
A liberdade traz desafios enormes. Deus libertou seu povo da escravidão do Egito. Quando escravo, ele recebe o pão para se alimentar. No deserto, enquanto livre, passa fome e questiona se não seria melhor voltar para o Egito, onde podia comer.
Esta história, do povo de Deus caminhando pelo deserto, é um retrato de nossa vida e da dificuldade que temos em manter nosso compromisso com o que sabemos ser o correto. Temos dificuldade de manter uma atividade física, ou uma dieta que nos ajuda a ter um corpo saudável. Temos dificuldade de manter horários de estudo que ampliam nossa capacidade intelectual. Temos dificuldade de manter horários para arrumação da casa que nos auxiliam a ter um ambiente agradável onde nos sentimos bem. Temos dificuldade de manter horários desocupados para uma boa oração ou meditação que nos ajudam a ter um espírito forte e centrado. E, normalmente, o que dizemos para nós mesmos? Estou me sentindo muito “preso” a tantos horários e compromissos. Tudo isso pode parecer uma bobeira, mas, por certo, são elementos que demonstram nossa dificuldade com compromissos.
Senhor, eu entendo que ser como a terra boa é se comprometer com sua mensagem. Ao recebê-la, sinto-me como aquele povo se libertando da escravidão do Egito. Sua mensagem me desaloja da comodidade, da preguiça, do orgulho, do egoísmo e de tudo o mais que me entristece. Nela, percebo uma vida que se eterniza, porque não se consome a si mesma, pelo contrário, dá-se continuamente, gerando mais vida
Penso que, hoje, podemos orar um pouco com estes questionamentos. O que fazer para manter o compromisso com a mensagem do Evangelho? Percebo minha vida se tornando mais plena, produzindo muitos frutos com minha experiência de oração e compromisso? O que tem faltado?
Entendo, Senhor, que hoje você nos mostrou como o Maligno pode nos dispersar do compromisso com sua mensagem. Isso acontece quando não temos paciência de prestar atenção para compreender o que o Senhor quer nos dizer, ou, ainda, quando compreendemos, mas não damos o tempo necessário para que se crie a raiz, ou seja, não nos dedicamos à oração, a ficarmos a sós com você, deixando brotar intimidade. Também, ainda, quando consumimos todo o nosso tempo com diversas preocupações cotidianas, principalmente aquelas ligadas ao desejo de riqueza, e acabamos por nos esquecer de sua mensagem.
De todas essas coisas, Senhor, entendo que o mais importante seja dar tempo para que a mensagem crie raiz. Um tempo que não é formado só de espera, mas de oração, de introspecção e de esperança. Um tempo que permita que o meu ser seja preenchido pela mensagem, de tal forma que minha ação não seja um ato vazio de sentido, mas, pelo contrário, seja o próprio reflexo do que sou e, em última instância, um reflexo do que você é, já que é presença em mim desde sempre.
Maria, mãezinha querida, dê-nos sua mão e caminhe conosco, conduzindo-nos ao encontro de seu filho, de um jeito cada vez mais íntimo. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte