Sábado – 25/09 – 25ª Semana do Tempo Comum

Lc 9, 43b-45 – Assumir Jesus

Leitura: o que o texto diz?
As ações de Jesus, cada vez mais, deixavam as pessoas admiradas. Não era sem motivo que muitos queriam o ver e o reconheciam como um profeta, alguém que falava da parte de Deus. Então, Jesus chama os discípulos para mais perto de si a fim de lhes anunciar mais uma vez a sua paixão. Ele não se trata de um profeta, mas do Filho do Homem e seu caminho ruma para a cruz. Os discípulos, talvez maravilhados que estavam com as ações de Jesus, não conseguiam entender o que Ele lhes dizia. Inda lhes faltava encontrar-se por inteiro com o Mestre, ir além daqueles que se admiravam com as ações, assim cessaria o medo e poderiam entender.

Meditação: o que o texto me diz?
Os ciclos de leituras dominical e semanal se encontram e nos permitem encerrar a semana lendo em Lucas o texto correspondente ao que lemos em Marcos no domingo. No primeiro versículo vemos que aqueles que seguem Jesus estão admirados com suas ações, já no último vemos que eles têm medo de conversar com Jesus. Isso nos leva a pensar; será que nos encantamos com as curas e milagres que Jesus realiza, mas quando Ele revela seu plano de libertação, sentimos medo e recuamos? O que nos impede de entender Jesus? Para além ouvir falar de Jesus, de o ver, de andar com Ele e de o reconhecer como Cristo de Deus é preciso assumir Jesus, ou seja, compreender seu Projeto de libertação e aderir a Ele, que é a própria libertação.

Oração: o que o texto me faz dizer?
Assumir Jesus é uma exigência do discipulado missionário. Senhor, queremos ir além da admiração que enche os olhos mas impede de ver além. Ajuda-nos a nos abrir ao que Jesus nos revela e a compreender, sem medo e sem reservas, o seu plano de vida e de Salvação, abraçando com Ele a Cruz e celebrando com Ele a Ressurreição.

Contemplação: o que o texto faz em mim?
É difícil encontrar em nossa sociedade, ainda fortemente marcada pelos costumes cristãos, quem não admire Jesus. Mesmo entre os não cristãos, muitos são os que reconhecem no Jovem de Nazaré um “ser de luz”, “um homem admirável”, “um profeta”. Entretanto, há entre nós cristãos quem também se limite a admirar Jesus pelos seus feitos e não pelo que Ele é: o Filho do Homem, o Cristo de Deus. É preciso ultrapassar a admiração e assumir o seguimento de Jesus.

Ação: o que posso fazer do texto?
Chama-nos a atenção o fato de os discípulos terem medo de falar com Jesus, de lhe fazer perguntas. Geralmente, quando tememos perguntar é porque na realidade tememos resposta que iremos receber. Não estamos seguros de que a resposta seja o que queremos ouvir, não estamos preparados para ouvir o que o outro nos tem a dizer. “Senhor, que queres que eu faça?” perguntava Francisco de Assis ao Crucificado. Pergunta arriscada, mas expressão de adesão a Jesus. Que nossa ação seja também assim, vencer o medo, abrir-nos a Jesus, encontrar-nos plenamente com Ele para podermos compreender o que Ele quer de nós.

Pedro Henrique Mendonça Fernandes – catequista coordenador diocesano da Catequese na Diocese da Campanha/MG