“Esse é meu irmão, irmã e mãe”
16 de julho de 2015“Eis o meu servo…”
18 de julho de 2015Leitura: Mateus 12,1-8
Naquele tempo, Jesus passou no meio de uma plantação num dia de sábado. Seus discípulos tinham fome e começaram a apanhar espigas para comer. Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: ‘Olha, os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!’ Jesus respondeu-lhes: ‘Nunca lestes o que fez Davi, quando ele e seus companheiros sentiram fome? Como entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda que nem a ele nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes? Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado sem contrair culpa alguma? Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o Templo. Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes. De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado.’
Oração:
Hoje rezamos mais uma vez com uma “transgressão” de Jesus. A lei mosaica determinava que o sábado era dia santo e, portanto, dia em que não se podia trabalhar (Ex 20, 8-11). Jesus, sabendo disso, tanto permitiu que seus discípulos colhessem espigas no dia dedicado ao Senhor quanto realizou, ele próprio, curas em dia de sábado (Lc 14, 1-6).
A resposta de Jesus à repreensão dos fariseus é o que levará Jesus ao seu fim: ao se dizer maior que o Templo, Ele se identificava com Deus. Porém, a desobediência de Jesus ao mandamento não é apenas meio de revelar quem ele é. Em cada “descumprimento” da Lei, Jesus explica que é ele quem a cumpre com perfeição. A lei é para o homem e não o oposto.
Nossa oração pode passar, hoje, pela análise de nossos “sábados”, isto é, pela percepção de tantas leis e princípios que vamos deturpando ao longo de nossa caminhada. Pode passar pelo questionamento das leis morais que nos impomos e do sentido que elas têm (se têm)… o questionamento a respeito da vida que elas visam a garantir e da morte que talvez estejam causando.
Não colher no dia de sábado levaria à fome; não curar no dia de sábado levaria à morte. Será que eu também sou um dos que, com o pretexto de fazer coisas corretas, torna o mundo um lugar pior para se viver? Será que eu também sou um dos que, com a desculpa de agradar ao Pai, mata e faz sofrer seus filhos?
O Espírito nos inspire em cada tempo, a fim de que sigamos os passos de Jesus, que se coloca como senhor do sábado e maior que o Templo. O Espírito nos torne atentos aos passos de quem lembra que todo tempo é tempo de fazer o bem (Mc 3, 1-6) e que o homem é o maior templo onde Deus pode descansar (Jo 2, 19; Mt 3, 16-17).
João Gustavo H. M. Fonseca, graduando em Direito na UFMG e membro da Família Verbum Dei de Belo Horizonte