Como o Pai de vocês (Lucas 6, 36-38)
2 de março de 2015Vocês podem beber o cálice? (Mateus 20, 17, 28)
4 de março de 2015“Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse:
– Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam. Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos.
Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas! Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de ‘mestre’.
Porém vocês não devem ser chamados de ‘mestre’, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de ‘líderes’ porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros.
Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.”
Na oração de hoje, vamos pedir a graça de viver como discípulos do único Mestre.
Este trecho do Evangelho começa com a provocação de rever o exercício da autoridade. Podemos ter a tentação de olhar para os outros – o governo, o chefe, o padre etc. Mas, diante de Deus, olhemos para nós mesmos. Cada um de nós exerce autoridade em alguma instância – quer porque seja mãe ou pai, madrinha ou padrinho, catequista ou agente de pastoral, líder no trabalho, capitão do time de futebol, influência entre os amigos… de alguma forma temos experiência desta prática de autoridade e talvez nunca a tenhamos reconhecido.
Olhemos então para a nossa prática e como a exercemos. Os fariseus falavam as palavras corretas. Podia-se seguir o que eles diziam. Que palavras saem de nossa boca? Estão de acordo com o Amor que as Escrituras ensinam? Como são nossos conselhos? Podem ser seguidos?
Mas a força que Jesus põe é na prática. “Eles não fazem o que ensinam.” E nós, fazemos o que ensinamos? Praticamos o amor, o perdão, a justiça de que falamos? Condenamos veementemente a corrupção do governo. Somos honestos em todas as nossas ações desde as menores? Na hora da fila; na exigência da nota fiscal; na hora de tentar vaga em algum lugar…
O ponto mais importante deste ensinamento de Jesus é a humildade. “Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros.” Às vezes a carência nos leva a exigir um reconhecimento sobremaneira. Que difícil a prática da verdadeira gratuidade! Que difícil receber a recompensa do próprio amor, e não do amor de volta, da resposta, do obrigado, da mutualidade! Que difícil quando esquecem nosso nome na hora do elogio a um trabalho, quando não perpetuam a história de que fomos nós que fizemos ou criamos certa coisa…
introduza numa relação mais profunda com o único Pai, na experiência da intimidade com Ele, que nos leve a entender no coração – e não racionalmente – as suas palavras: “o mais importante é aquele que serve os outros.”
Tania Pulier