Nos visitará o sol que nasce do alto. (Lc 1, 67-79)
24 de dezembro de 2016Ver-crer (João 20,2-8)
27 de dezembro de 2016Mateus 10:17-22 17
Guardai-vos, porém, dos homens; porque vos entregarão aos tribunais, e vos açoitarão nas suas sinagogas; 18 por minha causa sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho a eles e aos gentios. 19 Mas quando vos entregarem, não cuideis como ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer. 20 Pois não sois vós os que falais, mas é o Espírito de vosso Pai o que fala em vós. 21 Irmãos entregarão à morte a irmãos, e pais a filhos; filhos se levantarão contra seus pais, e os farão morrer. 22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.
No evangelho de hoje, Jesus faz duas importantes colocações: um alerta quanto às perseguições que seus apóstolos encontrariam e, ao mesmo tempo, a certeza de Seu apoio para enfrentarem as adversidades vindas da pregação de Sua palavra.
Chamam-me a atenção o motivo de tais perseguições e a coragem que os apóstolos precisariam ter para o anúncio de Jesus. Muitos na época tinham dificuldades para aceitar as ideias de Jesus em virtude de elas serem inovadoras demais para tantas mentes fechadas. Acostumados com certa verdade, muitos devem ter considerado os dizeres do Mestre ousados demais ou até mesmo desrespeitosos, dado o modelo de fé daquele tempo.
Para enfrentarem esse “mundo fechado”, portanto, os apóstolos precisavam ser muito corajosos. A questão é que tal coragem não poderia advir apenas de forças meramente humanas, mas viria do próprio Cristo que os acompanharia sob a forma do Espírito Santo.
Assim, mais que o tom realista de Jesus hoje (o de dizer aos apóstolos que a missão seria difícil), chama a atenção sua fidelidade. Sabendo dos perigos a serem enfrentados, Ele faz questão de tranquilizar seus apóstolos e fortalecê-los com sua presença constante e inequívoca. Tão inequívoca que até mesmo o que os seus anunciadores diriam seria norteado pelo Santo Espírito. Jesus amou seus apóstolos até o último suspiro de cada um deles e permanece amando-os na eternidade.
Sabemos muito bem como a vida é cheia de percalços. O tempo todo, somos bombardeados com empecilhos para a concretização e o anúncio da palavra de Deus. E, justamente nesses momentos, precisamos nos lembrar das palavras de Jesus do texto de hoje nos alertando sobre Seu apoio e Sua presença encorajadora o tempo todo, sobretudo, nos momentos mais difíceis. Jesus nos ama com a mesma intensidade o tempo todo de nossas vidas da mesma forma que amou seus apóstolos.
E como saber disso? Sabendo que amor e presença estão no mesmo campo das significações do afeto, se Ele se mantém até hoje entre nós, só pode ser por causa de seu Amor infinito por nós.
A presença de Jesus em nosso meio, que se iniciou com seu nascimento comemorado nesse fim de semana, deve ser a nossa maior certeza de fé. Ele se fez humano como nós, mostrou-se pequenino, anunciou suas ideias, questionou nossas leis e submeteu-se a elas para ir ganhando, pouco a pouco, nosso coração, nossa correspondência amorosa.
A nossa melhor forma de demonstrar apoio a alguém, tanto nos momentos de alegria como nos de tristeza é estarmos presentes. Na maioria das vezes, não precisamos pronunciar sequer uma palavra, pois o simples fato de estar ali com o outro que nos ama e a quem amamos já é o suficiente. Assim também deveríamos ver Jesus hoje: o simples fato de ele estar presente em nós deve ser percebido por nós a ponto de nos fortalecer nos momentos de enfrentar desafios, quaisquer que sejam eles.
Por outro lado, precisamos lembrar que a melhor forma de demonstrar nosso afeto para com o próximo é nos fazer presentes em sua vida. Nesse sentido, ficam duas perguntas para nossa reflexão de hoje:
como estou percebendo a presença de Jesus-amor em minha vida?
como tenho me mostrado presente na vida daqueles que amo para que meu amor não fique apenas em discursos, mas se mostre concreto no cotidiano? Pensemos um pouco sobre isso…
Alimentados pela presença certa de Jesus em nossas vidas, peçamos a Ele sabedoria em nossas demonstrações de amor.
Que falemos menos sobre amor e amemos mais;
que julguemos menos quem está do nosso lado e amemos mais;
que digamos menos palavras amedrontadoras e causadoras de insegurança e amemos mais;
que prometamos menos e amemos mais e mais a ponto de até mesmo os discursos de chamada de atenção sejam demonstrações de nosso amor.
Que sejamos, de fato, P R E S E N Ç A na vida daquele que amamos. Amém!
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte