Domingo de Ramos – Ano A
9 de abril de 2017João 12,1-11
11 de abril de 2017
1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. 4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5’Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para as dar aos pobres?’ 6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. 7Jesus, porém, disse:’Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis.’ 9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11porque, por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus.
Vinde, Espírito Santo, ilumine esta nossa Semana Santa para que consigamos, ao reviver os passos da Paixão de Jesus, sentir verdadeiramente o motivo de tudo isso ter acontecido. Que sintamos em nosso coração os efeitos do amor incondicional, aquele que é capaz de dar a vida.
O evangelho de hoje trata de uma passagem dos últimos dias de Jesus, quando o processo contra Ele, empreendido pelos sumos sacerdotes, já estava se aproximava do fim. Pensemos, então, em que lugar nos posicionamos na cena narrada hoje por João:
- no lugar de Judas, pensando nos gastos de Maria?
- no lugar de Maria, capaz de dispor de um alto valor em um perfume para ungir os pés de alguém?
- no lugar dos judeus, curiosos em confirmar o milagre operado pelo Mestre?
- ou mesmo no lugar de Lázaro, que havia sido ressuscitado recentemente?
Em qualquer dos lugares apontados, precisamos nos lembrar que a ideia de que Jesus seria morto era já uma verdade. João coloca no texto que “sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro”. Essa palavra, “também”, é de grande importância, nesse sentido: a morte de Jesus já estava decidida.
Sabendo dessa realidade a se consumar a qualquer momento e imaginar como cada uma dessas pessoas reagiram é bem interessante e nos leva a confirmar que, independentemente da situação vivida, aquilo que somos de verdade transparece em nossos atos.
Nesse sentido, poderíamos questionar Judas, que conseguiu pensar em finanças, mesmo tendo acesso a ideia de que seu Mestre morreria. Certamente, a maioria de nós admira a postura de Maria, sobretudo quando imaginamos a sujeira em que os pés de Jesus provavelmente estavam, dado o contexto, a época e as vestimentas usadas. Todos gostaríamos de ser Lázaro, tão amado por Jesus a ponto de ser ressuscitado.
Precisamos ter em mente que o importante nesse exercício de nos colocarmos no lugar do outro é fazer um mergulho em nosso modo de ser para conseguirmos ver o que precisamos mudar para sermos melhores e não julgar cada um daqueles que ali estavam.
Particularmente, penso que o papel mais difícil ali, na verdade, devia ser o de Jesus. A morte se aproximando e Ele percebendo que muitas, muitas pessoas não conseguiam entender o que Ele dizia. O que nós sentiríamos se estivéssemos no lugar dEle? Tentemos nos colocar também no lugar de Jesus.
O que você sente?
O que sentiu o a parte humana de Deus nesse momento e nos outros que ainda estavam por vir até que Ele fosse entregue aos sumos sacerdotes? Conseguiríamos estar ali jantando naturalmente?
Sabendo da agonia dEle no monte das Oliveiras, é bem provável que já estivesse inquieto no jantar narrado acima. Devia ser grande a sua angústia a sua tristeza de saber-se não compreendido. Mas, por outro lado, vendo o amor daquela mulher e a amizade de Lázaro, certamente sentia que sua missão valia a pena.
O interessante quando tentamos nos colocar no lugar de Cristo é que, assim, podemos ter pelo menos uma vaga noção da dimensão de seu amor por nós. Todo o sofrimento que conseguimos sentir quando nos imaginamos em Sua situação só nos mostra mais uma vez o quanto o amor de Deus por nós é incondicional.
Que possamos hoje meditar sobre as sensações experimentadas por Jesus nos primeiros dias da semana de sua morte\ ressurreição para que possamos focar nossa semana nesse Amor tão grande. Que possamos tomar posse dessa sensação de nos sentir profundamente amados. Que não ignoremos o sofrimento experimentado pelo Mestre, mas que nos foquemos no Amor que o levou fazer o fez.
Amém
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte