Dando voz ao mudo (Lc 11, 14-23)
3 de março de 2016O fariseu e o cobrador de impostos (Lc 18, 9-14)
5 de março de 2016Mc 12,28b-34
Um mestre da Lei que estava ali ouviu a discussão. Viu que Jesus tinha dado uma boa resposta e por isso perguntou:
_ Qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei?
Jesus respondeu:
_ É este; “Escute, povo de Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” E o segundo mais importante é este: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.
Então o mestre da Lei disse a Jesus:
_ Muito bem, Mestre! O Senhor disse a verdade. Ele é o único Deus, e não existe outro além dele. Devemos amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa mente e com todas as forças e também devemos amar os outros como amamos a nós mesmos. Pois é melhor obedecer a estes dois mandamentos do que trazer animais para serem queimados no altar e oferecer outros sacrifícios a Deus.
Jesus viu que o mestre da Lei tinha respondido com sabedoria e disse:
_ Você não está longe do Reino de Deus.
Depois disso ninguém tinha coragem de fazer mais perguntas a Jesus.
Num ambiente favorável à oração, procuro silenciar meu coração, ler várias vezes a passagem. Procuro o que mais me chama a atenção. E, na leitura de hoje, minha atenção se volta para o mestre da Lei. Ele é atraído pela sabedoria de Jesus. “Viu que Jesus tinha dado uma boa resposta e por isso perguntou: _ Qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei?“ (Mc 12, 28)
Fiquei imaginando como teria sido este diálogo com Jesus. Refletindo sobre isto percebi que Jesus fascina a cada um de um jeito. Ele é versátil. Alguns, Ele seduz ao demonstrar sua sabedoria, a outros por inspirar o amor, a outros por demonstrar compaixão e misericórdia. Ele encanta a cada um segundo as especificidades de cada um. Somos únicos aos olhos D’Ele. Somos exclusivos. E, com isto, me perguntava: O que me atrai em Jesus?
A minha resposta reflete a qualidade do amor com que vivo os dois primeiros mandamentos de que Jesus fala. Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” “Ame os outros como você ama a você mesmo.” (Mc 12, 30)
Às vezes, pensamos que oferecer sacrifícios é o suficiente para demonstrar o meu amor e fidelidade a Deus e ao próximo. Muitas vezes fazemos isto, inclusive, para nos redimir das nossas falhas ao amar.
O mestre da Lei afirma que é melhor obedecer a estes dois mandamentos do que oferecer sacrifícios a Deus.
Qual tem sido a minha maneira de demonstrar amor a Deus e ao meu irmão?
Amar o meu próximo é um sacrifício para mim?
Recordei de várias situações vividas de ofensas, de decepção com algumas pessoas. E como amar? Como amar quando o coração está partido? Ofendido? Como amar diante de tanta injustiça, tantas mentiras, tanta corrupção e descaso com o povo?
Jesus, eu creio como este mestre da Lei: Ele é o único Deus, e não existe outro além dele. Devemos amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa mente e com todas as forças e também devemos amar os outros como amamos a nós mesmos. Mas, Senhor, não consigo amar plenamente.
Diante desta angústia, sinto que Ele acolhe tudo o que sou.
Jesus viu que o mestre da Lei tinha respondido com sabedoria e disse: _ Você não está longe do Reino de Deus.
Deus conhece-nos por inteiro e sabe o que nos custa mais. Muitas vezes, nós não temos consciência de todas as nossas limitações, mas Ele sim. Conhece-nos desde o ventre materno.
E, retomando a primeira leitura de hoje (Os 14, 2-10), entendia que Deus não quer sacrifícios, senão o nosso desejo de viver com os olhos fixos n’Ele, retornar para Ele sempre que andarmos a esmo ou estivermos em situação de pecado.
Não somos capazes de amar por capacidade própria, mas por meio de Deus. É Ele quem nos capacita: “Sou como o cipreste sempre verde: de mim procede o teu fruto.” (Os 14, 9).
Senhor, desejo profundamente permanecer em ti. Acolha a minha súplica. Amém.
Norma Parreiras da Silva – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte