20 de março, 5ª feira, 2ª semana da Quaresma

Agora ele encontra aqui, consolo.

Orientações gerais para navegar na Palavra de Deus:

1. Escolha um lugar apropriado para a oração e uma posição corporal que mais lhe ajude. Desligue o celular e cuide para não ser interrompido(a).
2. A ambientação ajuda a rezar: disponha no espaço uma vela e a Bíblia.
3. Pacifique-se através do silêncio interior e exterior. Para isso, ajuda respirar profundamente várias vezes, de maneira pausada. Talvez uma música ambiente bem baixinha ajude a criar um clima de oração. Faça o sinal da Cruz.
4. Tome consciência de que você está acolhendo a presença de Deus como amigo; invoque sempre o Espírito Santo para que ele te conduza nos passos da Palavra.
5. Permita que o evangelho de hoje ilumine o seu dia e provoque em você uma busca sincera e constante de Deus.

Leia o evangelho de Lucas 16,19-31

Leitura. O que diz o texto?

Lucas revela que Jesus tinha muita dificuldade com aqueles que faziam do dinheiro o seu deus. Por isso, ele está no centro do conflito com os fariseus que ele chama de “amigos do dinheiro” (Lc 16,14). Na esperança de que as pessoas compreendam esse ensinamento, ele nos conta hoje esta parábola, uma pérola que encontramos somente em Lucas: o rico e Lázaro.

Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?

A parábola mostra, do início ao fim, uma triste realidade que não foi superada, do tempo de Jesus até os dias atuais: o abismo entre ricos e pobres. Os paralelos que aparecem no texto são evidentes: finas vestes x pobre coberto de feridas, festas suntuosas x miséria. Jesus, com esta parábola, claramente está denunciando as situações injustas de ontem e de hoje, que fabricam uma multidão de miseráveis e pessoas em situação de rua, vítimas de uma estrutura social organizada de modo contrário ao projeto de Deus. A riqueza em si não é um problema. O pecado se deu quando o rico não mostrou nenhuma consideração por Deus, mas fechou-se em seu próprio mundo de luxo e desperdício. Isso o impediu de enxergar o pobre à sua porta. Nenhum dia de sua vida foi capaz de enxergá-lo.

Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?

Ó Deus, “dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; inspirai-nos palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; fazei que, a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente no serviço a eles.”

(Oração Eucarística VI – D)

Contemplação. O que o texto faz em mim?

Lázaro sentado à nossa porta é sinal do clamor dos pobres que estendem a mão pedindo socorro. “Quem fecha os ouvidos ao clamor do pobre, também clamará e não será ouvido” (Pr 21,13). Contemple Lázaro e suas feridas. Pense: eu me lembro do rosto dos pobres e moradores de rua com os quais encontrei no meu caminho?

O que o texto me sugere a viver?

Um dos exercícios quaresmais é a prática da esmola. A solidariedade com quem sofre. Infelizmente em muitos lugares há recomendações – inclusive com lei – impedindo a solidariedade com os pobres, não permitindo inclusive a distribuição de alimentos, com a “justificativa” de que isso “mantê-los na rua”. Mas como nos ensina Papa Francisco, “o amor não admite álibis” (1ª Mensagem do Dia Mundial dos Pobres). Nada justifica deixar uma pessoa com fome.

Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*

*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Membro da Coordenação Colegiada Arquidiocesana da Pastoral Carcerária. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil.