Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!

Neste trecho do evangelho segundo Lucas, sinto uma imensa alegria de saber que meu Senhor quer me servir. Ao mesmo tempo, fico desconcertado porque me lembro de inúmeras vezes em que eu quis ser servido. Inúmeras vezes em que fiquei chateado, porque não me serviram como eu julgava merecer.

Afinal, estou pronto para receber meu Senhor? Tenho esperado por Ele? Estou sempre pronto a lhe abrir as portas?

Ou, pelo contrário, preocupado em desfrutar os pequenos, às vezes grandes, prazeres dos quais julgo ser merecedor, não percebo sua aproximação nem me preparo para sua chegada?

Deus age em um tempo que lhe é próprio. Não segue a lógica de nosso tempo. Tempo que planejamos e que vamos trabalhando dia após dia para, no final de um período, conseguir nossos objetivos. Isso é próprio do ser humano. Penso que não é ruim, pois devemos planejar nosso tempo e termos disciplina para aproveitá-lo bem. Contudo, Jesus quer nos alertar de que há um outro tempo, um tempo oportuno, no qual o próprio Senhor chegará e precisamos estar preparados para recebê-lo.

Na minha oração, pergunto ao Espírito Santo, quando é que isso acontece? Como vou descobrir que o meu Senhor está chegando? Como faço para não deixar de abrir-lhe a porta?

A resposta me vem, com muita simplicidade, em Mt 25, 34-40. Quando você acolher, alimentar, vestir, visitar, cuidar de um dos menores dos irmãos de Jesus, é a ele, seu Senhor, quem você estará abrindo a porta.

Fiquei pensando como esses verbos podem ter, além do significado mais restrito, muitas outras dimensões. Acolher com um sorriso, um abraço, uma palavra amiga e não ser preconceituoso. Alimentar com uma dica legal, uma informação preciosa ou um bocadinho de esperança. Vestir com a dignidade que muitas vezes é tirada ou negada aos mais humildes. Visitar aquele colega que está em um canto entristecido. Ou seja, precisamos estar preparados sempre, pois a todo instante nosso Senhor está chegando.

E, no final da oração, ainda me encanto com o fato de que Jesus promete que, ao agirmos assim, é Ele que irá nos servir. Fico pensando como é significativo o fato de estarmos abrindo a porta para o Senhor. Às vezes não nos prontificamos a fazer uma dessas ações porque não sabemos como fazer, mas Jesus está dizendo que basta iniciarmos, basta abrirmos a porta, pois é Ele mesmo que irá nos servir. Nossa tarefa é estarmos prontos, atentos, para não deixar que o Senhor bata à porta e não seja atendido. O resto é com Ele.

E então? Vamos ficar preparados?

Peçamos a Maria que, estando preparada, não vacilou e atendeu prontamente a chegada do Senhor,  acompanhe-nos e nos ajude a sempre estar atentos. Amém!

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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG