Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo (Jo 21, 15-19)
6 de junho de 2014Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça (Mt 5, 1-12a)
9 de junho de 2014Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te vai entregar?” Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai ser deste?”
Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?”
Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.
A cada um Cristo faz um chamado diferente. A Pedro Jesus chamou para segui-lo, a João Cristo fez outro chamado. Embora tenham seguido a Jesus durante toda sua vida no meio da humanidade, agora há uma missão específica para cada um deles.
Estamos finalizando o tempo pascal. A liturgia nos proporcionou uma incrível viagem. Começamos lá na quarta-feira de cinzas com um chamado à conversão. Pudemos refletir sobre nosso compromisso com a fé que professamos, sobre nossas fraquezas, nossos enganos e descaminhos, como também pudemos pedir e receber perdão pelos erros que cometemos. Recebemos, além do perdão, o sacrifício total e definitivo de Jesus, para nossa completa redenção. Tendo morrido com Ele todos nossos pecados, contemplamos e nos alegramos com sua ressurreição, que inaugurou para nós um novo tempo. Durante sete semanas viemos orando este mistério que é nossa esperança e alegria, ressuscitar em Cristo e viver com Ele na glória que nos é reservada.
Amanhã vamos comemorar a vinda do Espírito Santo, dom maior que nos foi dado pelo amor de Cristo por nós.
Penso que este trecho do evangelho é muito propício para que possamos refletir sobre qual ou quais foram os chamados que escutamos de Cristo, durante todo este tempo especial da liturgia.
Como vimos neste trecho do evangelho, o chamado é diferente para cada um de nós. São muitas as necessidades para a construção do reino de Deus, portanto muitas funções devem ser desempenhadas. É muito comum pensarmos que nosso sacrifício é maior que dos outros, mas devemos tomar o cuidado para não ouvirmos de Jesus o mesmo que Pedro ouviu: “Que te importa?”. Nossa certeza deve ser de que Cristo sempre nos capacita para o que somos chamados. E essa certeza nos é dada pelo Espírito Santo que recebemos. Agora nossa tarefa é silenciar nosso coração para que o Espírito possa nos dizer o que devemos fazer. Ele nos dá a certeza do que fazer e nos provê da força e da sabedoria para a realização de nossa missão. A nós é pedido a abertura para a fé.
Se ainda estamos em dúvida, se não conseguimos nos decidir, também é motivo de nos alegrarmos com a vinda do Espírito Santo, pois como nos diz São Paulo na carta aos Romanos: “Também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis” (Rm 8, 26).
Aceitemos, pois, o convite de nos prepararmos para deixar que o Espírito Santo renove em nós o fogo do nosso amor e nos ilumine para que possamos seguir o chamado específico que Cristo nos faz.
Que Maria, nossa mãezinha querida, nos acompanhe e nos inspire a dizer, como ela, Senhor faça-se em mim segundo tua palavra. Amém!
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG