Solenidade de Pentecostes – Ano B
24 de maio de 2015A grandeza do serviço
27 de maio de 2015Leitura: Marcos 10,28-31
Pedro começou a dizer-lhe: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. Jesus declarou: “Em verdade vos digo que não há quem tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras por minha causa e por causa do Evangelho, que não receba cem vezes mais desde agora, neste tempo, casas, irmãos e irmãs, mãe e filhos e terras, com perseguições; e, no mundo futuro, a vida eterna. Muitos dos primeiros serão últimos, e os últimos serão primeiros”.
A lógica de Jesus
Naquele tempo, riqueza, propriedades e prosperidade eram entendidos como sinais da bênção de Deus. Os pobres, por outro lado, eram pecadores que não mereciam qualquer atenção divina, mas apenas esmolas daqueles mais abastados. Jesus, o Deus que nos veio pobre, promoveu verdadeira revolução no pensamento, quando anunciou que a graça divina está arraigada no desprendimento, na renúncia e na pobreza. Atento a essa revolução, Pedro quis lembrá-lo de sua escolha e dos outros discípulos, quando deixaram casa, família e os poucos bens que possuíam a fim de segui-lo, perseguindo aquele que falava de uma suposta eternidade.
A fala de Pedro pode conduzir nossa oração de hoje. Quando Jesus disse da imensa dificuldade de um rico entrar no Reino de Deus, Pedro quis lembrar-lhe: Nós aqui deixamos tudo para te seguir. Percebamos que Jesus também nos quer dizer hoje que uma vida dedicada exclusivamente ao acúmulo de bens é incompatível com a vivência do Reino. Diante disso, podemos devolvê-lo aquela mesma frase dita por Pedro, ou aparentemente estamos mais como aquele homem rico que foi ao encontro de Jesus, pedindo-o vida eterna, mas retornou pesaroso pela incapacidade de abandonar os seus bens?
Quando estamos distantes da oração, do contato com a Palavra, das celebrações comunitárias e da vida de caridade, ficamos susceptíveis a resgatar a lógica de vida precedente à revolução de Jesus. Passamos a disputar um tesouro efêmero, a cobiçar riquezas desnecessárias, e deixamos que a ambição, a competição e a avareza se apropriem de nosso espírito. Estejamos atentos para vivermos a lógica de Jesus, que nos apresenta a irmã pobreza, única capaz de nos aproximar daqueles mais necessitados, mais sofridos, e nos dá o tesouro do céu.
Marcelo Camargos. Acadêmico de Medicina na UFMG. Família Missionária Verbum Dei.