Levantai-vos, e não tenhais medo (Mt 17, 1-9)
6 de agosto de 2014Mateus 16,24-28
8 de agosto de 2014Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.
Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias. Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia.
Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!” Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!”
Jesus, hoje, pergunta para cada um de nós: quem eu sou para você?
A minha resposta será uma pedra, uma rocha firme e estável? Pedra sobre a qual Jesus possa continuar construindo sua igreja?
Será que minha resposta à pergunta de Jesus fará com que Ele possa contar comigo?
Compartilho da resposta de Pedro?
Que igreja será construída sobre a fé de que Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo?
A minha oração me convida a abrir o coração para essas indagações.
Sou levado a pensar nas consequências da minha resposta. Pedro respondeu, aparentemente, de supetão, parece nem ter pensado para falar, mas sua resposta teve consequências imediatas em sua vida.
Assim também se dá com cada um de nós, quando respondemos à pergunta de Jesus. Nossa resposta cobrará de nós vivermos de acordo com ela. Penso que declarar que Jesus é o Filho de Deus significa viver na busca de satisfazer Seu desejo, de praticar o que Ele ensinou. A primeira coisa de que me lembro é que Ele nos ensinou que Deus é Pai e, por conseguinte, todos somos irmãos. Dessa forma, devemos viver a fraternidade, o cuidado para com todos.
O parágrafo 180, da exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Franciso, bem nos serve para aprofundarmos na oração de hoje, meditando sobre as consequências da profissão de fé que fazemos ao responder à pergunta de Jesus:
“Ao lermos as Escrituras, fica bem claro que a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. E a nossa resposta de amor também não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados, o que poderia constituir uma ‘caridade por receita’, uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus (cf. Lc 4,43); trata-se de amar a Deus, que reina no mundo. Na medida em que Ele conseguir reinar entre nós, a vida social será um espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos. Por isso, tanto o anúncio como a experiência cristã tendem a provocar consequências sociais. Procuremos o seu Reino: ‘Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo’ (Mt 6,33). O projeto de Jesus é instaurar o Reino de seu Pai; por isso, pede aos seus discípulos: ‘Proclamai que o Reino do Céu está perto’ (Mt 10,7)”.
No silêncio de nosso coração, deixemos que o Espírito responda para nós à pergunta de Jesus e nos indique o caminho para vivermos dignamente as consequências de nossa resposta. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG