Senhor da vida (Mt 9,18-26)
6 de julho de 2015#partiuemmissão (Mt 10,1-7)
8 de julho de 2015Apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”.
Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo o tipo de doença e enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
O evangelista João, quando utiliza a palavra sinal para designar os milagres de Jesus, ajuda-nos a compreender que Ele nos mostra algo mais profundo que seu poder de cura, por mais maravilhoso que seja.
Quando estamos numa trilha em busca de uma bela cachoeira, podemos parar e apreciar os sinais, os pontos de referência que nos indicam o caminho, mas não ficamos ali. Continuamos até encontrar a cachoeira, nosso objetivo final.
Jesus expulsa o demônio de um homem mudo, e o homem começa a falar.
O que Jesus quer nos indicar com esse sinal?
Em minha oração, fiquei pensando: o que significa falar? Quais as formas de falar? Imaginei maneiras de falar sem utilizar sons e nem palavras. Todas as nossas atitudes e os nossos comportamentos falam alguma coisa. Por outro lado, o que falamos pode tocar ou não as pessoas que nos rodeiam. Pode ajudar a construir ou destruir, ou pode não fazer a mínima diferença.
Daí, fiquei imaginando o significado de “ser mudo”.
Quantas situações que nos cercam necessitam de nossa voz e de nossa ação! Às vezes, ficamos realmente paralisados por um demônio, ou seja, por um espírito mau. Todo espírito que não nos leva a melhorar nossas relações, nossa compreensão sobre as coisas, as pessoas ou o ambiente em que vivemos, é um espírito mau. Muitas vezes não temos consciência disso, mas é um espírito mau.
O homem mudo apresentado a Jesus, na oração de hoje, pode ser qualquer um de nós, que precisamos eliminar aquilo que nos impede de agir para melhorar nossa relação com nossos familiares, com nossos colegas de escola ou de trabalho, nosso cuidado com o meio em que vivemos, nosso cuidado com a Terra, nossa casa comum, como diz o Papa Francisco.
Em silêncio, vamos apresentar a Jesus nossas mudezas. Onde e em quê não estou falando o que é necessário?
Na sequência do texto de hoje, chamou a minha atenção a atitude dos fariseus, pois é isso também que encontramos diariamente entre nós. Muitas são as vozes que procuram nos impedir de seguir o que o Espírito Santo nos indica. Quantas vezes ouvimos alguém dizer que não adianta, que sempre foi assim, que ninguém consegue mudar nada mesmo, que quem tenta fazer alguma coisa acaba se dando mal? Pois é, as vozes dos fariseus continuam ecoando por aí.
Tenho para mim que a nossa oração diária com a Palavra, além da Eucaristia, é, sem dúvida, o alimento que nos dá discernimento e força para distinguirmos a voz do Senhor da voz dos fariseus.
No final do texto, entendo que o convite de Jesus para todos nós é duplo. Além de pedir que oremos para que o Senhor da messe envie mais operários, não há dúvida de que Ele já nos convoca para trabalhar na colheita. Portanto, precisamos arregaçar as mangas! Não podemos continuar mudos. Jesus já nos curou!
Neste momento de oração, proponho perguntarmos a Jesus: Onde, Senhor, devo trabalhar? Quais dons preciso desenvolver? O que o Senhor está esperando de mim?
Silenciemos o coração e deixemos que Ele nos diga as respostas que precisamos escutar.
Espírito Santo desça sobre nós, solte nossas línguas, incendeie nossos corações e nos conduza no caminho do amor! Amém!
***
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte