“…não reconheceste o tempo em que foste visitada”.
17 de novembro de 2022Deus é Deus dos vivos
19 de novembro de 2022Sexta-feira: 33ª Semana do Tempo Comum (18 de novembro de 2022)
Lc 19,45-48 – Coerência de fé
Leitura: O que o texto diz?
Continuamos meditando a sequência do capítulo 19 do evangelho de Lucas. Após chorar diante de Jerusalém, Jesus entra na cidade e vai ao Templo. Lá se revolta com os rumos que religião tinha tomado, ligada a uma prática lucrativa de sacrifícios de animais à custa da exploração do povo, sobretudo os mais humildes, e pouco inspirada pelo amor a Deus e ao próximo. Então expulsa os vendedores do local, pois está a serviço do Pai a fim de garantir um culto digno dele. Com esse gesto, atiça a revolta dos sumos sacerdotes e mestres da lei e, basicamente, assina sua sentença de morte.
Meditação: O que o texto me diz?
A prática da religião é institucionalizada e, como instituição, é comanda por homens sujeitos às paixões e encantos que o mundo oferece. Os líderes judeus caíram nesta armadilha. O exercício do judaísmo acabou se desviando de sua essência, daquilo que de fato seria a vontade de Deus; tornando-se um desumano esquema comercial rígido e muito lucrativo de práticas formais, num esquema bem articulado de poder econômico, político e religioso. Jesus se revolta com esse desvirtuamento da fé, fazendo um alerta à necessidade de mantermos vigilantes para não cairmos na tentação de afastar o exercício da nossa religião da vontade de Deus.
Oração: O que o texto me faz dizer?
Suplique ao Senhor a fim de que nossa Igreja e nós, membros do Corpo de Cristo, sejamos fiéis a Deus e não nos permitamos ser corrompidos por qualquer idolatria. Conclua rezando para que nossos corações se convertam em morada simples e acolhedora ao Senhor.
Contemplação: O que o texto faz em mim?
Este texto nos questiona a analisar a coerência de nossa fé e daquilo que fazemos em nome dela. Nos desperta a consciência de estarmos atentos para perceber que algumas propostas de alguns “líderes” religiosos, tendo como pano de fundo a vontade de Deus, pode não fazer parte de seu projeto para a humanidade, pois a vontade humana, alimentada por intenções nada religiosas, pode se sobrepor à divina. “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração”. Nossa oração, individual e comunitária, deve servir ao mundo, a fim de suscitar novas relações com Deus, com o próximo e conosco mesmo. Nossa família e nossa comunidade de fé é chamada a se converter sempre mais em espaço para oração e para o serviço aos necessitados.
Ação: O que eu posso fazer a partir do texto?
Somos discípulos de Jesus, convocados a ouvir sua voz e seguir seus ensinamentos. Diante de um mundo com uma vasta gama de propostas e práticas religiosas, que muitas vezes nos distraem do que é essencial em termos de fé, é nosso dever buscarmos ser fieis à voz do mestre, nos afastando de tudo aquilo que não é vontade de Deus. Para isso é importante cuidarmos de nossa formação, buscarmos harmonizar fé e razão numa coerência entre crença e prática. Este é nosso compromisso de cristãos autênticos.
Equipe Lectionautas