Amor fraterno em comunidade
15 de agosto de 2018Vocação: chamado ao amor (Mt 19, 3-12)
17 de agosto de 2018LEITURA: Mateus 18,21-19,1
Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou:
— Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?
— Não! — respondeu Jesus. — Você não deve perdoar sete vezes, mas setenta e sete vezes. Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um acerto de contas com os seus empregados. Logo no começo trouxeram um que lhe devia milhões de moedas de prata. Mas o empregado não tinha dinheiro para pagar. Então, para pagar a dívida, o seu patrão, o rei, ordenou que fossem vendidos como escravos o empregado, a sua esposa e os seus filhos e que fosse vendido também tudo o que ele possuía. Mas o empregado se ajoelhou diante do patrão e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor.”
— O patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora. O empregado saiu e encontrou um dos seus companheiros de trabalho que lhe devia cem moedas de prata. Ele pegou esse companheiro pelo pescoço e começou a sacudi-lo, dizendo: “Pague o que me deve!”
— Então o seu companheiro se ajoelhou e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei tudo.”
— Mas ele não concordou. Pelo contrário, mandou pôr o outro na cadeia até que pagasse a dívida. Quando os outros empregados viram o que havia acontecido, ficaram revoltados e foram contar tudo ao patrão. Aí o patrão chamou aquele empregado e disse: “Empregado miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você.”
— O patrão ficou com muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de ser castigado até que pagasse toda a dívida.
E Jesus terminou, dizendo:
— É isso o que o meu Pai, que está no céu, vai fazer com vocês se cada um não perdoar sinceramente o seu irmão.
Depois de dizer isso, Jesus saiu da Galileia e foi para a região da Judeia que fica no lado leste do rio Jordão.
ORAÇÃO
Se estamos dispostos a imitar o Cristo, porque entendemos que nossa vida só tem sentido nessa busca pelo seguimento Dele, então para cada um de nós o perdão deve ser um hábito. Falhamos miseravelmente em todos os dias desta vida, e o nosso consolo reside na misericórdia infinita de nosso Deus, capaz de elevar o nosso arrependimento e de nos resgatar dos buracos profundos onde caímos todos os dias. Temos coragem de viver porque a piedade de Deus nos ampara e alimenta a esperança. Se vivêssemos apenas o lamento dos nossos erros, não seríamos capazes de nenhum passo para frente, porque conhecemos as nossas fraquezas e bem sabemos que cedo ou tarde cairemos no pecado. Mas então se queremos imitar nosso Deus misericordioso, obviamente precisamos ser misericordiosos. E não é uma tarefa fácil, porque para perdoar em sinceridade é preciso vencer sentimentos intensos de raiva, rancor e ódio. É atitude de corajosos. É comportamento de quem entende que nunca conhecemos por completo as situações e emoções. Nunca compreendemos em verdade a complexidade do próximo, mas unicamente sabemos que o próximo é fraco, porque somos fracos, todos fracos, todos frágeis. Nossa única força é o amor de Deus. Única coisa que temos de modo garantido, infinito. Peçamos então a Ele que nunca nos abandone. Continue nos perdoando, e que continuemos a perdoar.
Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei