As pessoas dos tempos futuros o servirão!
29 de abril de 2018Para gerar frutos de vida
2 de maio de 2018Leitura: Mateus 13,54-58
Naquele tempo, dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!”. E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.
— Palavra da Salvação.
ORAÇÃO
A profundidade deste evangelho de Mateus propõe muitas reflexões para este dia de hoje.
O texto aponta, logo no início, o espanto dos conterrâneos de Jesus diante da beleza dos seus ensinamentos na sinagoga. Diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?”
Podemos pensar diante da surpresa das pessoas no quanto somos, muitas vezes, desatentos ao que está perto de nós. Não atentamos para a riqueza dos testemunhos das pessoas que convivem conosco no dia a dia, para a sabedoria dos seus ensinamentos e ficamos presos ao que já conhecemos, como o lugar onde moram, trabalham, seus parentes. Achamos que, por terem uma vida comum, esta vida é sem graça, não tem o que nos ensinar. Muitas vezes o que está acessível, próximo de nós, não nos causa interesse. Queremos conhecer a vida dos artistas da TV, os “posts” nas redes sociais…
Quantas vezes deixamos passar a oportunidade de conhecer as histórias de nossos pais, professores, colegas de trabalho, irmãos, comunidade?
E talvez uma situação ainda mais séria nos passa desapercebida: não nos reconhecemos a nós mesmos. Nos acostumamos com nosso rosto, nosso jeito e não valorizamos nossos talentos e potencialidades a cada dia. Não reconhecemos nossas pequenas vitórias do dia a dia, como um bom desempenho no trabalho, um bom resultado em provas, um reconhecimento por algo que fizemos. Muitas vezes nos sentimos depressivos e angustiados, desconsiderando nossas conquistas e almejando sempre o que está longe e até inacessível para nós.
Não poucas vezes nos prendemos ao passado, sofremos por ele, lamentamos intensamente os fatos acontecidos. Ou nos voltamos para o futuro, que nem fazemos ideia de como será, como se adiantasse de alguma coisa nossa ansiedade com relação a ele.
E o presente, que é o nosso maior presente, do qual podemos nos apropriar e fazer algo diferente e melhor todo dia, desprezamos, atropelamos e só valorizamos quando já virou passado.
Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!”. E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.
Muitos milagres não acontecem na nossa vida porque não acreditamos que será possível, porque não permitimos, porque não entendemos que nossa proximidade com o Cristo e com a Trindade Santa nos rende frutos o tempo todo. Muitas vezes dispensamos esta busca interior, desmerecemos esta força em nós e preferimos buscar um jeito de adivinhar nosso futuro ou nos entorpecer com qualquer coisa que nos faça esquecer o passado.
Com isso não permitimos que Jesus realize em nossa vida a infinitude de milagres que poderia, pois Ele só age com o nosso consentimento, com a nossa permissão.
Peçamos a Maria, nossa mãe e mestra da intimidade com Deus, que nos ensine esta unidade com o Pai e o Filho. E que o Espírito Santo nos encha do seu discernimento para que não nos percamos do nosso tempo e, sobretudo, de nós mesmos.
Maria Luzia de Moraes Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte