O corpo e o pecado (Marcos 9,41-50)
19 de maio de 2016Venham a mim como crianças (Marcos 10,13-16)
21 de maio de 2016
9Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas. 10Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor. 11Reparai que consideramos como bem-aventurados os que perseveraram. Ouvistes falar da perseverança de Jó e conheceis o êxito que o Senhor lhe deu – pois o Senhor é rico em misericórdia e compassivo. 12Sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro forma de juramento. Antes, que o vosso sim seja sim, e o vosso não, não. Então não estareis sujeitos a julgamento.
Compartilho hoje com você minha oração sobre a perseverança e a firmeza de nossas decisões e ações, respectivamente. Tiago, em sua carta, encoraja seus amigos seguidores a se manterem neutros diante dos erros do próximo, perseverantes em sua missão e, por fim, firmes em suas próprias palavras.
Para que nos mantenhamos dentro dos projetos de Deus, mesmo em meio às dificuldades, o apóstolo sugere que nos lembremos dos exemplos deixados pelos grandes nomes da história do povo de Deus. Eles são bem-aventurados por terem se mantido na fé. Dentre esses nomes, destaca-se Jó, que passou por diversas provações, mas se manteve constante no seguindo do que acreditava ser a Verdade.
A vida de Jó foi varrida por ventos tempestuosos. Ele enfrentou desafios tanto do mundo físico quanto do espiritual. Tendo sua integridade desafiada, passou por situações de extrema provação. No entanto, permaneceu no Senhor. Permaneceu até mesmo agradecendo pelas perdas sofridas: “Deus me deu e Deus me tirou; bendito seja o nome de Deus” (Jó 1:20-21). Essas frases são admiráveis.
Quando conseguirmos agradecer a Deus por todas coisas que acontecem em nossa vida por Sua vontade, teremos atingido um pouco do que esse grande homem conseguiu. É justamente nos momentos mais difíceis, quando vemos “nosso mundo desabar”, quando perdemos que devemos nos manter firmes e esperar, pois, como Deus jamais abandou ninguém, é preciso que tenhamos a certeza de que, ao final dos desencontros vividos, há sempre um ganho. Depois do vendaval, virão as brisas da serena manhã.
Pessoas como Jó só tiveram uma boa ventura porque conseguiram se manter firmes em seu propósito. Acreditavam, de fato, que, em meio aos espinhos enfrentados, algo de muito bom estaria por acontecer.
Em nossa fragilidade humana, temos muitos motivos para fraquejar na fé ou na missão. Precisamos nos lembrar, nesses momentos de dor, de nossos exemplos de fé e mirarmos na história deles para persistirmos e lutarmos, se for o caso, ou aguardarmos que o tempo de perda passe e que venham os bons ventos da prosperidade.
Tiago também alerta sobre a confiança que devemos inspirar. Quando nossas palavras são questionadas, muitos de nós tendem a buscar formas de assegurar a verdade por meio de jogos de palavras, como “juro por Deus, pelas almas, pela alma de fulano ou sicrano”. O ato de jurar está inserido em nossa cultura e é respeitado amplamente. Entre determinados grupos, basta dizer um “juro por….” para que o outro imediatamente acredite.
Nesse caso, o que mais chama a atenção, não é a condenação desse hábito, mas a necessidade de que nós estejamos seguros no que dizemos. Em nossa missão de anunciar o amor de Deus, nossa palavra precisa transmitir a segurança necessária. Precisamos, primeiro pensar no que dizemos para não nos deixarmos levar e nem levar os outros a acreditar em falsas verdades. Depois, precisamos assumir o que dizemos pela autoridade nossa e não por meio da confiabilidade que juras inspiram. Precisamos nos arriscar em nome daquilo em que acreditamos. Podemos enfrentar as adversidades e a incredulidade e afirmar as verdades do Pai com categoria, porque desse tipo de ato jamais nos arrependeremos. A verdade de Deus é algo pelo qual vale muito a pena nos arriscar.
Seria interessante estudarmos a vida de alguns profetas da Bíblia, ou mesmo santos para nos fortalecermos em nossa missão de anunciar Jesus. Nos momentos de dificuldade, de dor, de angústia, lembrar de pessoas próximas que passam por dificuldades e se mantêm firmes também seria uma escolha interessante. Peçamos ao Espírito Santo que nos dê o dom da Fortaleza para que, diante de momentos de ventos tempestuosos, tenhamos força para enfrentar as adversidades e aguardar o tempo de bonança. Peçamos esse dom também para que tenhamos firmeza na hora de anunciar o nome de Deus.
Amém! Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte