Jo 19, 25-27

Naquele tempo: Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”.  Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.

No contexto social, o filho único, antes de morrer, deveria assegurar que a mãe fosse cuidada após sua morte. A mãe recebeu como nova família o discípulo ideal, o discípulo que Jesus amava. A nova família de Maria será a comunidade, que ganhou uma mãe:  “Está é a tua mãe”.

Neste momento, realiza-se a profecia de Simeão (Lc 2,35) – “Quanto a ti, uma espada te atravessará.” E me chama muito a atenção a frase: Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Como, diante de tamanha dor, essas mulheres permaneciam de pé? Como se manter de pé diante de tamanho sofrimento?

Muitas vezes, nos encontramos em situações de enorme sofrimento, de enorme ansiedade, situações que parecem não ter solução. Nessas situações, me ajuda olhar para a mãe de Jesus: permanecia de pé! Como permanecer de pé? Como permanecer de pé diante do sofrimento? Que força Maria tinha dentro? Como deveria ser seu contato com o Pai?

Como permanecer de pé, diante do sofrimento do outro? Como manter a compaixão, a solidariedade, sem desabar? Será que não tem a ver com isso o nosso individualismo, tão realçado ultimamente? Para nos mantermos de pé nos afastamos das dores do outro, fingimos não ver, decidimos que não nos diz respeito.

Maria nos propõe uma alternativa. Se solidarizar, sofrer junto, sentir compaixão, e se manter de pé é possível. É a oração que dará o tom de nossa proximidade. É a oração que nos manterá erguidos por dentro. É a proximidade com o Pai que nos capacitará!

Pollyanna Vieira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG