Deixa as 99 e vai atrás da ovelha perdida
12 de agosto de 2014O patrão teve compaixão e perdoou-lhe a dívida (Mt 18,21-19,1)
14 de agosto de 2014Mt 18,15-20
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu. Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”.
Jesus fala dos procedimentos, dos ritos necessários para tratar um membro da comunidade que cometeu algum desvio. Chama-me a atenção o carinho e o cuidado que Jesus espera que tenhamos uns com os outros. Recomenda discrição, abertura, persistência com o outro.
E por outro lado, quer nos ensinar que o outro é livre. Eu não posso mudar o outro. Posso fazer tudo o que está ao meu alcance, dizer tudo o que vejo. Mas a decisão é sempre do outro. E como gostaríamos que fosse diferente! Que necessidade temos de ter controle sobre tudo!
Mas, ainda quando aceitamos a liberdade do outro, quando já fizemos tudo que podíamos e a mudança não ocorre, sempre fica a pergunta: até onde devo ir? Será que já fiz tudo mesmo? Não existe mais nada que eu possa fazer? Até que ponto estou sendo fraterna e até que ponto estou me metendo demais? Até que ponto estou amando e até que ponto estou querendo controlar o outro e suas atitudes? Como saber qual é o momento de ceder, de deixar, de soltar?
Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. Muitas vezes pensei nessa frase de Jesus em outros contextos. Mas perceber que Jesus diz isso no momento em que está falando sobre a correção fraterna e até a possível separação entre o membro e a comunidade me dá muita luz. A correção fraterna será eficaz e será manifestação da vontade de Deus se for feita em um ambiente de oração. Se for fruto da oração dos envolvidos.
É da oração que surge a decisão sobre o “soltar”. Na oração, soltamos o outro nos braços do pai, e isso dá paz. Não são os meus critérios que utilizei para deixar de insistir, mas os critérios incutidos em mim por Deus, durante a oração.
Que o momento de meditação de hoje seja oportunidade de deixar que Deus modele nossos critérios e nos dê paz para insistir ou soltar, conforme a vontade Dele.
Pollyanna Vieira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte – MG