“Muito bem, empregado bom e fiel!”
27 de agosto de 2016“Herodes ficou muito triste”
29 de agosto de 2016“Cantem em louvor a Deus,
cantem hinos em sua honra!”
Sl 68.5
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito de amor, concede-me:
uma inteligência que te conheça;
uma angústia que te procure;
uma sabedoria que te encontre;
uma vida que te agrade;
uma perseverança que, enfim, te possua.
TEXTO BÍBLICO: Lucas14.1,7-14
Humildade e hospitalidade
1Num sábado, Jesus entrou na casa de certo líder fariseu para tomar uma refeição. E as pessoas que estavam ali olhavam para Jesus com muita atenção.7Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa. Então fez esta comparação:
8 — Quando alguém convidá-lo para uma festa de casamento, não se sente no melhor lugar. Porque pode ser que alguém mais importante tenha sido convidado. 9Então quem convidou você e o outro poderá dizer a você: “Dê esse lugar para este aqui”. Aí você ficará envergonhado e terá de sentar-se no último lugar. 10Pelo contrário, quando você for convidado, sente-se no último lugar. Assim quem o convidou via dizer a você: “Meu amigo, venha sentar-se aqui num lugar melhor”. E isso será uma grande honra para você diante de todos os convidados. 11Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.
12Depois disse ao homem que o havia convidado:
– Quando você der um almoço ou um juntar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez. 13Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. 14Você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pe. Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
Que dia era quando Jesus foi a casa de um chefe fariseu? Que faziam os outros fariseus? Que conselho Jesus lhes deu? O que acontecerá com quem engrandece a si mesmo e com quem se humilha? De acordo com esses conselhos, a quem se deve convidar ao se dar um banquete?
Algumas pistas para compreender o texto:
Jesus continua seu caminho rumo a Jerusalém, tendo começado tal viagem em 9.51. Lucas vai marcando o itinerário com o ensinamento de povoado em povoado.
O evangelho de hoje narra o ensinamento de Jesus durante uma refeição na casa de um fariseu.
A narrativa tem uma introdução (v. 1), mas em seguida, o texto litúrgico omite a cura de um enfermo (vv. 2-6); por fim, Jesus ensina com uma parábola (vv. 7-11) e uma recomendação (vv. 2-14).
A introdução oferece-nos um dado importante. Embora os fariseus muitas vezes sejam apresentados como adversários de Jesus (cf. 5.21s,30; 6.2,7, etc.) – inclusive, neste texto, eles estavam ali olhando com muita atenção –, Jesus vai comer na casa de um deles. Naquele tempo, partilhar a mesa significava um compromisso com quem se partilhava. Jesus vai não somente até aqueles que o acolhem e apreciam, mas se aproxima também dos que não o entendem e o criticam, a fim de anunciar-lhes também a boa notícia.
Ao ver que escolhiam os lugares principais, Jesus ensina-lhes com uma parábola ( vv. 7-11). Os lugares de honra eram designados de acordo com a importância do cargo e a reputação. No final da parábola, dá-se a chave de interpretação: “Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido” (V. 11). Esta tradição é constante na Bíblia (Ez 17.24; 21.31; Jó 22.29). Lucas também coloca nos lábios de Maria esta convicção (Lc 1.52). O caminho de Jesus, que se dirige para Jerusalém a fim de ali ser humilhado até à cruz, para, em seguida, ser exaltado pelo Pai, é também o caminho do discípulo que foi convidado a negar a si mesmo e a carregar dia após dia a cruz para seguir Jesus (Lc 9.23s).
O segundo ensinamento gira em torno da reciprocidade: “Dou para que você me dê”. Jesus inverte aqui a chave. Não se trata de dar para receber, mas de aprender de Deus, que “é bom também para os ingratos e maus. Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês” (6.35s).
O ensinamento de amar, de entregar-se sem esperar nada em troca é o que Jesus destacou como específico para seus discípulos: “Se vocês amam somente aqueles que os amam, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama amam as pessoas que as amam. E, se vocês fazem o bem somente para aqueles que lhes fazem o bem, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama fazem isso. E, se vocês emprestam somente para aqueles que vocês acham que vão lhes pagar, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama emprestam aos que têm má fama, para receber de volta o que emprestaram” (6.32-34).
O texto termina com uma bem-aventurança: “Você será abençoado”. Aquele que segue a Jesus, aprende dele e age como ele agiu, terá uma recompensa que vai além do umbral da morte.
O que o Senhor me diz no texto?
O convite à humildade é uma mensagem constante na Palavra de Deus. Hoje, o Evangelho pede-nos muito mais do que um ato de cortesia: esperar que as pessoas ao nosso redor reconhecem nossas qualidades, sem que nós mesmos precisemos ressaltá-las. Aprendamos a ser honestamente humildes, pois também existem pessoas que, com o intuito de humildade, agem como se nada merecessem, ou como e não lhes tivesse sido dada nenhuma qualidade.
Apoiemos nossa reflexão com as palavras do Papa Bento XVI: “Esta parábola, num significado mais profundo, faz pensar também na posição do homem em relação a Deus. O ‘último lugar’ pode representar de facto a condição da humanidade degradada pelo pecado, condição da qual só a encarnação do Filho Unigénito a pode elevar. Por isto o próprio Cristo ‘ocupou o último lugar no mundo — a cruz — e, precisamente com esta humildade radical, nos redimiu e ajuda sem cessar’ (Enc. Deus caritas est, 35).
“No final da parábola Jesus sugere ao chefe dos fariseus que convide à sua mesa não os amigos, os parentes ou os vizinhos ricos, mas as pessoas mais pobres e marginalizadas, que não têm modo de retribuir (cf. Lc 14.13-14), para que o dom seja gratuito. De facto, a verdadeira recompensa, no final, dá-la-á Deus ‘quem governa o mundo… Nós prestamos-lhe apenas o nosso serviço por quanto podemos e até onde nos dá a força’ (Enc. Deus caritas est, 35). Por conseguinte, mais uma vez olhamos para Cristo como modelo de humildade e de gratuidade: dele aprendemos a paciência nas tentações, a mansidão nas ofensas, a obediência a Deus nos padecimentos, na expectativa que Aquele que nos enviou nos diga: «sobe mais para cima» (Lc 14.10); de fato, o verdadeiro bem é estar próximo dele”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Você espera recompensa por cada gesto misericordioso que fez? Você teve suas qualidades reconhecidas sem que precisasse vangloriar-se delas?O que você pensa de alguém que exige o reconhecimento? Como você acredita que isso afeta a vida comunitária?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor Jesus,
quero e te peço com todas as forças de minha alma,
assumir minha vida com naturalidade,
sem pretensões de grandeza,
sem afãs de triunfos nem de aplausos,
sem desejos inúteis e vãos,
que não acrescentam nada ao meu ser
mas, ao contrário, podem tirar muito dele.
Quero, Senhor Jesus,
e te peço com todas as forças de minha alma,
viver assim, simplesmente, como tu viveste,
fazendo cada dia o que me cabe fazer,
amando cada dia as pessoas que vivem ao meu lado,
ajudando a quem puder,
partilhando com todos o que sou e o que tenho.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Meu coração não é ambicioso, Senhor. Contemplo-te em meus irmãos e irmãs mais pobres. Confio em tua misericórdia.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Durante esta semana, assumirei atitudes de humildade, pobreza e serviço: cederei o lugar a outros, terei gestos de generosidade e de desprendimento; ajudarei com mais entusiasmo nos afazeres de casa.
“Se o Senhor lhe concede prosperidade, você deve dar-lhe graças com humildade e vigiar para que não seja em detrimento próprio, por vanglória ou por qualquer outrarazão, porque os dons de Deus não devem ser motivo para que você o ofenda”.
São Luís de França