“Nunca vi tanta fé!”
25 de junho de 2016Escolha coerente, total e radical
27 de junho de 2016“Tu és o meu Senhor;
tudo o que eu tenho de bom vem de ti”
Sl 16.2
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Vem, Espírito de Jesus,
sobre os que creem,
sobre os que duvidam,
sobre os que temem.
Derrama teu fogo
sobre a tibieza de nossos quereres,
sobre o inverno de nossas ilusões,
sobre as brasas de nossas opções.
Sopra teu alento
sobre os que constroem o futuro,
sobre os que conservam os valores,
sobre os que protegem a vida.
E sobre nós, que nos aproximamos
TEXTO BÍBLICO: Lucas 9.18-24
Os samaritanos não recebem Jesus
51Como estava chegando o tempo de Jesus ir para o céu, ele resolveu ir para Jerusalém. 52Então mandou que alguns mensageiros fossem na frente. No caminho eles entraram em um povoado da região de Samaria a fim de prepararem um lugar para ele. 53Mas os moradores dali não quiseram receber Jesus porque viram que ele estava indo para Jerusalém. 54Quando os seus discípulos Tiago e João viram isso, disseram:
— O senhor quer que a gente mande descer fogo do céu para acabar com estas pessoas?
55Porém Jesus, virando-se para eles, os repreendeu. 56Então ele e os seus discípulos foram para outro povoado.
Algumas pessoas que queriam seguir Jesus
Mateus 8.18-22
57Quando Jesus e os discípulos iam pelo caminho, um homem disse a Jesus:
— Eu estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar onde o senhor for.
58Então Jesus disse:
— As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.
59Aí ele disse para outro homem:
— Venha comigo.
Mas ele respondeu:
— Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.
60Jesus disse:
— Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus.
61Outro homem disse:
— Eu seguirei o senhor, mas primeiro deixe que eu vá me despedir da minha família.
62Jesus respondeu:
— Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pe. Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
Que tempo estava chegando? Até onde Jesus se propôs viajar? Quais foram as pessoas que não o receberam, e por quê? O que disseram Tiago e João, e o que fez Jesus? O que aconteceu com as três pessoas que queriam seguir Jesus? Qua foi a resposta de Jesus para cada uma delas?
Algumas pistas para compreender o texto:
Com este evangelho que hoje lemos, começa a segunda parte da obra de Lucas: o caminho que levará Jesus da Galileia a Jerusalém (9.51–19.27).
A passagem tem duas partes: na primeira, narra-se o começo da viagem a Jerusalém, a passagem pela Samaria e a repreensão de Jesus a dois de seus discípulos devido à reação deles perante os samaritanos (vv. 51-56). Na segunda parte, enquanto prosseguem o caminho, mostram-se três propostas de seguimento e as condições para seguir Jesus (vv. 57-62).
Jesus já havia anunciado o que o esperava em Jerusalém: a paixão, a cruz e a ressurreição (confira o evangelho do domingo passado: Lc 9.22s). Mesmo sabendo o que o esperava, “ele resolveu ir para Jerusalém” (v. 51). Jesus não foge das dificuldades e da dor.
Enquanto se acham a caminho, precisam passar pela Samaria, mas os samaritanos não querem recebê-los justamente porque se dirigem a Jerusalém (cf. Jo 4.9). Tiago e João querem mandar descer fogo do céu para que a aldeia seja destruída; Jesus, porém, repreende-os. Os discípulos ainda têm muito o que aprender a respeito do que significa seguir Jesus.
Em seguida vêm três ensinamentos sobre o discipulado. No primeiro caso, há uma oferta generosa: “Eu estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar onde o senhor for” (v. 57), e a resposta de Jesus é ainda mais exigente: “As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar” (v. 58). Com outra palavras, Jesus responde-lhe que, segui-lo quer dizer estar disposto a não deter-se jamais – tal como ele se dirige a Jerusalém – para responder à vontade do Pai.
Ao segundo, Jesus diz: “Venha comigo”, mas este lhe responde: “Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai” (v. 59). Provavelmente, queria dizer: “Deixe-me ficar em minha casa até que meu pai morra; depois, irei com o senhor”. A resposta de Jesus parece dura: Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus” (v. 60). “Mortos”, aqui, tem um sentido simbólico, e se refere aos que não estão no caminho do reino.
O terceiro pede-lhe para despedir-se dos seus antes de segui-lo, mas Jesus lhe responde: “Quem começa a arar a terra e olha para trás não serve para o Reino de Deus” (v. 62).
Jesus chamou seus discípulos (Lc 5.10s; 6.12), consolou-os (Lc 5.31s; 6.36ss), mostrou-lhes sua autoridade sobre a enfermidade e sobre a morte (Lc 7.1ss; 7.11ss), mas também lhes mostra que seu chamado é exigente, e como ele conhece os seus, pede-lhes não menos do que eles podem dar, mesmo que às vezes pareça que foi demasiado.
O que o Senhor me diz no texto?
É possível que haja momentos em que acreditamos que temos “o poder do céu” para que “caia fogo” sobre os inimigos do Senhor e julguemos os que têm dificuldade de segui-lo. Se a força do Evangelho de Jesus não fossem o amor, a esperança e a caridade, cairia fogo sobre nós, que nos consideramos discípulos de Jesus. Nós também somos especialistas em buscar desculpas para não sermos generosos no seguimento. Descubramos a imensa misericórdia de nosso Deus, que sabe esperar e ao mesmo tempo quer que nossa decisão seja radical, decidida, total, assim com sua decisão resoluta de oferecer-nos a salvação.
Partilhamos uma reflexão do Papa Bento XVI a respeito do seguimento de Jesus: “Encontramo-nos, por assim dizer, num grupo com Jesus Cristo – juntamente com Ele na subida rumo às alturas de Deus. Ele atrai-nos e ampara-nos. Faz parte do seguimento de Cristo que nos deixemos integrar neste grupo; que aceitemos que sozinhos não o conseguimos. (…)
“Por fim, devemos dizer ainda: a Cruz faz parte da subida para a altura de Jesus Cristo, da subida até à altura de Deus. Como nas vicissitudes deste mundo não se podem alcançar grandes resultados sem renúncia e exercitação árdua, assim como a alegria por uma grande descoberta cognoscitiva ou por uma verdadeira capacidade concreta está relacionada com a disciplina, aliás ligada à fadiga da aprendizagem, também o caminho para a própria vida, rumo à realização da própria humanidade está ligada à comunhão com Aquele que subiu à altura de Deus através da Cruz. Em última análise, a Cruz é expressão daquilo que o amor significa: só quem se perde a si mesmo, se encontra.
“Resumindo: o seguimento de Cristo exige como primeiro passo o despertar da nostalgia pelo autêntico ser homens e assim despertar para Deus. Exige depois que se entre no grupo de quantos sobem, na comunhão da Igreja. No ‘nós’ da Igreja entramos em comunhão com o ‘Tu’ de Jesus Cristo e assim alcancemos o caminho para Deus. Além disso, é exigido que se ouça a Palavra de Jesus Cristo e que a vivamos: em fé, esperança e amor. Assim estamos a caminho rumo à Jerusalém definitiva e já desde agora, de algum modo, nos encontramos lá, na comunhão de todos os Santos de Deus”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Qual foi a maior renúncia que já fiz pelo Senhor? Conheço pessoas que, por sua decisão de seguir Jesus, sacrificaram algo muito significativo? Quais são os obstáculos que encontro para segui-lo? Que posso fazer para superar tais obstáculos?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor, percebo que tudo o que me pedes é um simples “sim”,
um simples ato de confiança para que, desse modo,
a escolha que fazes por mim dê frutos em minha vida.
Não quero estar tão ocupado com minha forma de viver,
meus planos e projetos, meus parentes, amigos e conhecidos,
que não perceba sequer que Tu estás comigo,
mais perto do que qualquer outra pessoa.
Não quero ser cego aos gestos de amor
que vêm de tuas mãos,
nem surdo às palavras amorosas
que vêm de tua boca.
Quer ver-te quando caminhas comigo
e escutar-te quando me falas.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Senhor, tua exigência de uma amor corajoso me dá a força para seguir-te.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Busco a vida de um santo ou santa e considero os sacrifícios que fizeram para seguir Jesus e como se mantiveram firmes em tal decisão. Comento o fato com minha comunidade.
“Por que tudo está no desprendimento?
Porque o desprendimento é deixar tudo para abraçar-se a Deus.
É entregar-se totalmente a ele, sem dividir-se em partes”.
Santa