Dicas para a vida plena (Mt 10,7-15)
11 de junho de 2016Dar a outra face (Mt 5,38-42)
13 de junho de 2016“Feliz aquele cujas maldades Deu perdoa e cujos pecados ele apaga!”.
Sl 32.1
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Vem, Espírito de Jesus,
sobre os que creem,
sobre os que duvidam,
sobre os que temem.
Derrama teu fogo
sobre a tibieza de nossos quereres,
sobre o inverno de nossas ilusões,
sobre as brasas de nossas opções.
Sopra teu alento
sobre os que constroem o futuro,
sobre os que conservam os valores,
sobre os que protegem a vida.
E sobre nós, que nos aproximamos
TEXTO BÍBLICO: Lucas 7.11-17
Jesus na casa de Simão, o fariseu
36Um fariseu convidou Jesus para jantar. Jesus foi até a casa dele e sentou-se para comer. 37Naquela cidade morava uma mulher de má fama. Ela soube que Jesus estava jantando na casa do fariseu. Então pegou um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, 38e ficou aos pés de Jesus, por trás. Ela chorava e as suas lágrimas molhavam os pés dele. Então ela os enxugou com os seus próprios cabelos. Ela beijava os pés de Jesus e derramava o perfume neles. 39Quando o fariseu viu isso, pensou assim: “Se este homem fosse, de fato, um profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida de pecado que ela leva.”
40Jesus então disse ao fariseu:
— Simão, tenho uma coisa para lhe dizer:
— Fale, Mestre! — respondeu Simão.
41Jesus disse:
— Dois homens tinham uma dívida com um homem que costumava emprestar dinheiro. Um deles devia quinhentas moedas de prata, e o outro, cinquenta, 42mas nenhum dos dois podia pagar ao homem que havia emprestado. Então ele perdoou a dívida de cada um. Qual deles vai estimá-lo mais?
43— Eu acho que é aquele que foi mais perdoado! — respondeu Simão.
— Você está certo! — disse Jesus.
44Então virou-se para a mulher e disse a Simão:
— Você está vendo esta mulher? Quando entrei, você não me ofereceu água para lavar os pés, porém ela os lavou com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45Você não me beijou quando cheguei; ela, porém, não para de beijar os meus pés desde que entrei. 46Você não pôs azeite perfumado na minha cabeça, porém ela derramou perfume nos meus pés. 47Eu afirmo a você, então, que o grande amor que ela mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado.
48Então Jesus disse à mulher:
— Os seus pecados estão perdoados.
49Os que estavam sentados à mesa começaram a perguntar:
— Que homem é esse que até perdoa pecados?
50Mas Jesus disse à mulher:
— A sua fé salvou você. Vá em paz.
As mulheres que acompanhavam Jesus
1Algum tempo depois Jesus saiu e viajou por cidades e povoados, anunciando a boa notícia do Reino de Deus. Os doze discípulos foram com ele, 2e também algumas mulheres que haviam sido livradas de espíritos maus e curadas de doenças. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham sido expulsos sete demônios; 3Joana, mulher de Cuza, que era alto funcionário do governo de Herodes; Susana e muitas outras mulheres que, com os seus próprios recursos, ajudavam Jesus e os seus discípulos.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pe. Daniel Kerber
ü Algumas perguntas para ajudá-lo em uma leitura atenta…
Quem convidou Jesus à sua casa? Quem se colocou aos pés de Jesus? O que fez tal pessoa? O que pensou o fariseu? O que Jesus disse ao fariseu? O que Jesus disse à mulher? O que disseram os convidados? Quem eram as discípulas de Jesus?
Algumas pistas para compreender o texto:
O texto de hoje nos apresenta o ensinamento de Jesus na casa de Simão o fariseu.
Podemos distinguir a primeira parte, na qual a mulher lava os pés de Jesus, e Simão reage interiormente (vv. 36-39); em seguida, vem o diálogo de Jesus com Simão (vv. 40-47), as palavras de Jesus à mulher e a reação dos convidados (vv. 48-50). Os vv. 1-3 do capítulo 8 apresentam um resumo da atividade de Jesus e dos que o acompanhavam.
Embora muitas vezes os fariseus se opusessem a Jesus (5.21,30; 6.2,7; 7.30, etc.), ele aceita o convite deste fariseu e vai comer na casa dele. Eis que aparece esta mulher e unge os pés de Jesus, o que era um gesto de acolhida e de hospitalidade para quem chegava.
Diante da reação de Simão, que interiormente critica Jesus (v. 39), surge o diálogo em que se apresenta uma pequena parábola que termina com uma pergunta, a fim de comprometer mais aquele que responde: “Qual deles vai estimá-lo mais? – Eu acho que é aquele que foi mais perdoado!” (vv. 42s).
Aqui se mostra claramente que o amor é fruto do perdão, porque diz Jesus: “O grande amor que ela mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados”. Também diz Pedro: “O amor perdoa muitos pecados” (1Pd 4.8). Portanto, a insistência do texto recai – principalmente com a pequena parábola – no fato de que a mulher está mostrando amor ao saber-se tocada pela misericórdia e pelo amor de Deus, que lhe perdoou. Ou seja, não é o amor da mulher que provoca o perdão, mas o perdão dado por Deus em Jesus – que é o rosto do Deus misericordioso – é que desperta o amor e a gratidão da mulher. Por isso diz Jesus: “Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado” (v. 47).
Simão, com sua atitude orgulhosa e hipócrita, não se deixa alcançar pela imensa misericórdia mostrada em Jesus, e, por isso, fica reticencioso diante do Mestre.
Por fim, temos as palavras de Jesus dirigidas à mulher: “A sua fé salvou você. Vá em paz” (v. 50). Em todo o relato não aparece uma única palavra da mulher. Ela simplesmente chegou, lavou os pés de Jesus com suas lágrimas, enxugou-os com seus cabelos e os ungiu com perfume… Com outras palavras, ela amou Jesus. Nesse amor a Jesus se mostra a fé na qual essa mulher é salva, o que nos revela mais uma vez a dimensão operativa da fé: vê-se a fé, ela se mostra, vive-se a fé.
O final do texto (8.1-3) apresenta Jesus acompanhado dos apóstolos e também de muitas mulheres. Isso é importante, porque não nos surpreende ver Jesus com os Doze, mas Lucas insiste que também faziam parte do grupo mais íntimo de Jesus as mulheres que o acompanhavam e ajudavam.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Observemos demoradamente cada uma das pessoas que aparecem no relato: é provável que nos identifiquemos com a mulher, que foi perdoada por Jesus, pois temos experimentado essa misericórdia, esse Amor que responde com mais generosidade a nosso amor. Contudo, poderíamos ser também Simão e os outros convidados, os que apenas observam quem está na dor do pecado, nessa busca de Deus, e caímos na tentação de criticar e de questionar. Nosso amor deve transbordar não somente para com Jesus, mas também para com os que buscam o perdão de Deus. Os braços dos que participamos do banquete de Jesus-Eucaristia deveriam estar abertos aos que necessitam de seu amor e de sua misericórdia.
O Papa Bento XVI compartilha conosco a seguinte reflexão em torno deste Evangelho: “Falemos agora do centro evangélico da hodierna Palavra de Deus. O próprio Jesus, no trecho acabado de ler do Evangelho de Lucas, explica-nos o dinamismo da conversão autêntica, indicando-nos como modelo a mulher pecadora resgatada pelo amor. Deve reconhecer-se que esta mulher tinha ousado muito. O seu modo de se colocar diante de Jesus, lavando com as lágrimas os seus pés e secando-os com os cabelos, beijando-os e perfumando-os com óleo perfumado, era feito para escandalizar aqueles que viam as pessoas da sua condição com o olhar impiedoso de juiz.
“Ao contrário, impressiona a ternura com que Jesus trata esta mulher, por muitos explorada e por todos julgada. Finalmente encontrou em Jesus um olhar puro, um coração capaz de amar sem explorar. No olhar e no coração de Jesus ela recebe a revelação de Deus-Amor!
“Evitando equívocos, deve-se observar que a misericórdia de Jesus não se expressa pondo entre parêntesis a lei moral. Para Jesus, o bem é bem, o mal é mal. A misericórdia não muda os aspectos do pecado, mas queima-os num fogo de amor. Este afeto purificante e restaurador realiza-se se há no homem uma correspondência de amor, que implica o reconhecimento da lei de Deus, o arrependimento sincero, o propósito de uma vida nova. À pecadora do Evangelho muito é perdoado, porque muito amou. Em Jesus Deus vem dar-nos o amor e pedir-nos o amor.
“O que foi, meus queridos irmãos e irmãs, a vida de Francisco convertido a não ser um grande ato de amor? Revelam-no as suas orações fervorosas, ricas de contemplação e de louvor”.
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Quando busco o perdão, o que faço para manifestar esse arrependimento com amor? O que poderia simbolizar o perfume que unge os pés do Senhor? Minha experiência de amor com Jesus me convida a ser misericordioso com os outros?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Canto tuas grandezas em minha vida, as obras de teu amor.
Meu coração jovem conhece a ternura de teu coração de Pai.
Tua justiça, tua santidade tocaram minha vida jovem.
Louvado sejas, Senhor, por tua generosidade para comigo.
És clemente e compassivo com o homem, Senhor;
lento na cólera e grande no amor; és bom.
Minha vida tem experiência de tuas ternuras e de teus carinhos;
e teu perdão e compaixão têm sido a delícia de meu coração.
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Senhor Jesus, te amo! Perdoa meus pecados.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Em minha oração, peço perdão a Jesus por uma falta cometida contra um conhecido, e como demonstração de amor a Ele, busco reconciliar-me com tal pessoa.
“Não tenham medo de pedir perdão a Deus.
Ele não se cansa jamais de perdoar. Deus é todo misericórdia”.
Papa Francisco