Não estava ardendo nosso coração…!
15 de abril de 2020É o Senhor…!
17 de abril de 2020Leitura Orante de Lc 24, 35-48. Dia 16/04/2020. Quinta-feira da Oitava da Páscoa.
No silêncio invoque o Espírito Santo, com um canto ou uma oração. Perceba como você respira. Sinta sua inspiração e expiração durante alguns segundos. Sinta as batidas do seu coração. Se estiver muito acelerado, tente aquietar seu coração com uma respiração suave, tranqüila.
Continuamos a caminhada da semana da Páscoa com mais um texto que nos fala desse mistério de nossa fé.
1- Leitura: o que o texto diz?
Leia o texto. Faça uma segunda leitura, agora devagar mais atenta de modo a identificar se há informações sobre o local, personagens, falas e ações de cada um.
Hoje o texto é uma continuidade ao anterior. Os discípulos de Emaús voltaram a Jerusalém para narrar a experiência com Jesus no caminho. Conversavam com os Onze, e Jesus, de repente apareceu no meio deles, e os saúda com a paz. Esse aparecimento súbito assustou os discípulos. Jesus tenta acalmá-los, e mostra-lhes os pés e mãos. Pede-lhes que toque neles, para demonstrar que não é um espírito. Mas na alegria e espanto ainda lhes custava crer na presença de Jesus.
Jesus, então, solicita algo para comer. E lhe servem um peixe. Ele come e lhes relembra que já lhes falara do que haveria de se cumprir o que na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos existe sobre ele. (Isso nos recorda a leitura de ontem, onde também Jesus usa as escrituras para mostrar aos viajantes de Emaús quem ele era e como as Escrituras explicavam os fatos de Jerusalém). Só então é que os discípulos tiveram abertura de inteligência para entender as Escrituras, e portanto os fatos ocorridos com Jesus.
O texto termina com uma bela conclusão da fala de Jesus aos discípulos. Nela Jesus afirma que nas Escrituras está escrito a respeito do Cristo que ele sofreria, ressuscitaria dos mortos ao terceiro dia, e que a conversão seria feita em seu nome para o perdão dos pecados. E anuncia a universalidade desse perdão que aconteceria em todas as nações, iniciando por Jerusalém. Dá aos discípulos o papel de testemunha dos fatos, e lhes diz que enviaria o que o Pai prometeu, que seria a força do alto, e para isso deveriam permanecer em Jerusalém.
2- Meditação: o que o texto me diz?
Esse é o momento em que você tem que ruminar o texto, de modo a entender o que ele lhe diz, no seu todo ou em aspectos dele. Faça isso com calma, sem pressa.
O que mais lhe chamou a atenção no texto? O que são, a seu ver, os temas centrais do texto? O que esses temas lhe dizem? Que aspectos dessa narrativa mais lhe disseram sobre a sua vida de fé? O da saudação do ressuscitado lhe diz algo? Ou de sua misteriosa presença, desafinado os discípulos a tocarem nele? O espanto e medo dos discípulos lhe interpelou? Ou a abertura de inteligência para compreender os fatos do sofrimento, morte e ressurreição que só ocorreu depois das explicações que lhes foram dadas pelo próprio ressuscitado? E a promessa da força do alto, que viria pelo Pai aos discípulos, o que lhe diz?
3- Oração: o que o texto me faz dizer a Deus?
Neste passo da Leitura Orante é você quem deve se dirigir a Deus a partir do que leu, meditou. Fale do que pensou, sentiu, do que lhe vai ao coração. Se quiser faça a experiência de escrever uma breve oração, espontânea, sobre o que experienciou com o texto. Fale de suas dúvidas, de sues medos, alegrias, esperanças, gratidão, louvor, entregas, e tudo que lhe venha ao coração e mente. Quem sabe não seja um bom exercício que talvez aumente sua intimidade com Deus?
4- Contemplação: o que o texto faz em mim?
A força do alto é o Espírito Santo, que após o Pentecostes será a fonte-coragem dos discípulos. É esse Espírito que sopra o ânimo de Deus quem age nos discípulos de Jesus. Este Espírito age também em nós, discípulos dele. Agora é momento de deixar que no silêncio Deus fale. Que haja no coração, na consciência, na memória, na mente de modo a nos transformar cada vez mais como seres humanos à imagem do próprio Cristo.
No silêncio, sem ansiedade, deixe-se tocar pelo Espírito de Deus. Deixe que ele lhe fale.
5- Ação: o que o texto me solicita a agir?
Não existe separação entre fé e vida no cristianismo. Ela é fé que age, que tem obras, que anuncia, que tem concretude de vida, na vida. Portanto textos do Evangelho nos chama a viver essa boa noticia de Jesus Cristo.Há algo no texto que lhe solicita a agir? Se há, como lhe pede para agir na vida de fé, da família, da comunidade, do trabalho e sociedade?
Marco Antonio Tourinho, leigo NJ