Eu sou a voz de quem grita no deserto
2 de janeiro de 2021“Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”
4 de janeiro de 202103/01/2021 – Mt 2,1-12
“Vimos sua estrela no oriente e viemos adorá-lo” Mt 2, 2.
Preparemos a leitura orante com uns instantes de silêncio. Preste atenção respiração durante alguns segundos. Inspire fundo e lentamente. Invoque o nome de Jesus mentalmente. Expire. Faça isso algumas vezes. Inicie com uma invocação ao Espírito Santo, seja orando livremente a ele, ou através deum canto ao Espírito Santo de Deus.
O texto traz palavras, atitudes e ações simbólicas importantes. Por isso é uma Epifania do Senhor. Essa palavra estranha, epifania, vem do grego e significa aparição ou manifestação divina.
Leitura. O que o texto diz?
Faça uma primeira leitura em voz alta de Mt 2,1-12, sem pressa, pausada. E uma segunda leitura, silenciosa. Agora uma leitura para perceber detalhes, identificar os personagens, o que dizem, como agem. O que eles dizem sobre o rei que vai nascer. Observe as intervenções do narrador no texto, se houver, se ele emite opiniões. Se não conseguir observar esses aspectos não desanime. Se quiser, faça uma terceira leitura silenciosa.
Uma outra, forma se desejar saber o que o texto diz é recontar pra si mesmo a narrativa, ou seguir o roteiro abaixo.
A narrativa de hoje, festa da Epifania do Senhor, envolve hoje os magos do oriente. Eles eram sábios, estudiosos inclusive de astronomia, por isso sua observação cuidadosa do céu e suas estrelas. Aparecem em Jerusalém e fazem uma pergunta. Qual? O que eles relacionam com o aparecimento temporário de uma estrela? Estrela é luz, a luz que guia os magos. O que isso diz sobre o menino? O que essa ela simboliza sobre um rei judeu que nasceu? O que a pergunta desses magos feita em Jerusalém e observação sobre essa estrela causou na cidade e no rei Herodes? Que atitude tomou o rei? Com quem se reuniu? Qual o objetivo de sua reunião? O que desejava saber? Que resposta obteve?
Após tomar ciência do local onde nasceria o Cristo (= ungido), o que fez o rei? Com quem fez uma outra reunião? Com que objetivo? O que ele informou aos magos? E o que solicita desses magos?
O que fizeram os magos depois da reunião com o rei? Que o orienta no caminho até o recém-nascido? Onde chegam os magos? Quem encontram na casa? Que atitude tomam diante do menino? O que significa essa atitude? Que presentes trazem ao menino? Há algo simbólico neles?
Depois de encontrarem o menino, o que fazem os magos? Por que não retornam pelo mesmo caminho, evitando Jerusalém?
Meditação. O que o texto me diz?
Todo texto causa alguma impressão. Agora é momento de interiorização, e buscar no íntimo o que, neste texto, chamou a atenção. Que palavra ou palavras, frases, ações, observações causaram mais impressão? Buscar respostas em silencio, para que realmente expresse a experiência da leitura.
Como defino esse texto com uma palavra ou frase?
Oração. O que o texto me faz dizer a Deus
Agora é o momento de dizer a Deus o que gostaria de falar de forma livre, íntima, sobre o que li. Podem ser perguntas, agradecimento, duvidas, estranhezas, etc. Que eu fale como a um amigo.
Contemplação. O que o texto faz em mim.
Durante alguns minutos li, meditei, orei a partir do texto. Agora é tentar perceber o que essa experiencia orante está realizando em mim. O que está me dizendo no coração, seja na memória – trazendo algo à lembrança-, no sentimento, no pensamento? O que ela está agindo no meu coração, que pode ajudar a me transformar, tornando essa palavra eficaz.
Ação. O que o me chama a agir
A palavra de Deus inúmeras vezes age profundamente, muitas delas sem que se perceba, outras de forma clara questiona, incomoda, desinstala.
Esse texto mostra homens não judeus, portanto estrangeiros, estudiosos, que vieram de muito longe a lugares desconhecidos, talvez viajando muitas semanas, acreditando em algo, trazendo coisas como presente, atentos aos fatos da viagem. Não sabiam aonde iriam chegar, mas sabiam apenas que era entre os judeus, seus destinos era um encontro. Um encontro com um menino, a quem entendiam seria o rei dos judeus. Teria eu, essa confiança, essa fé no sinal? Para apenas encontrar um menino?
O que esse texto me chama a me comprometer? Ou a me desinstalar? O que me chama a agir? O que essa manifestação do divino, essa epifania do Senhor, me chama a ser como seguidor de Jesus, na minha fé, na minha comunidade, na minha vida?
Marco Antonio Tourinho
Teólogo leigo – Belo Horizonte-MG