Eu vim em nome do meu Pai
31 de março de 2022‘Ninguém jamais falou como este homem.’
2 de abril de 20226ª-feira da 4ª Semana da Quaresma
01 de Abril de 2022
Evangelho – Jo 7,1-2.10.25-30
Leitura: O que o texto diz?
No texto de hoje temos etapas. Uma na Galiléia, uma viagem não descrita, e uma presença de Jesus no Templo de Jerusalém, pregando. Começa falando da localização de Jesus. Inicialmente está onde? Percorrendo a Galiléia. E logo explicita porque ele percorria a Galiléia e não a Judéia: Jesus temia os judeus, que “procuravam matá-lo”. Provavelmente Jesus sentia-se mais protegido na Galiléia.
A seguir o texto fala de tempo, de quando os fatos se sucedem: era perto da Festa das Tendas. Uma das grandes festas judaicas. Além disso, o texto diz que seus “irmãos” subiram para a festa. Jerusalém ficava num alto. E ir para lá era subir montanhas. Geralmente quem ia da Galiléia para Jerusalém caminhava ao longo do Jordão, e começava a subir montanhas a partir de Jericó. A palavra “irmãos” designa nos evangelhos os irmãos da família de Jesus (tios, primos, et.) como também os irmãos de fé, discípulos e seguidores de Jesus. Enfim, o grupo de Jesus já tinha se dirigido a Jerusalém. Por isso o texto afirma que Jesus foi para Jerusalém de forma não pública, em segredo. Isso porque o texto já afirmou que ele sabia que judeus tramavam sua morte. A partir daí Jesus está em Jerusalém, com as reações à sua presença, e seu ensinamento.
A primeira afirmação é de um anônimo, que o reconhece e diz que Jesus era aquele que procuravam matar. E até aquele momento não houve reação dos chefes judeus à sua presença em Jerusalém. E pergunta-se: por acaso teria sido reconhecido como o Cristo? E começa, então, um trecho onde há várias vezes o verbo conhecer. A primeira vez que surge é na boca do anônimo. Diz que Jesus não poderia ser o Cristo porque sabiam de onde ele era. E o Cristo viria de um local desconhecido.
Inicia-se o relato da pregação de Jesus no Templo. Nela também o verbo conhecer está presente. A pregação parece uma resposta ao anônimo. Ele afirma que os judeus o conheciam, sabiam de onde vinha. Mas diz que não veio por si mesmo. Veio por “aquele que é verdadeiro, mas vós não o conheceis”. Assim Jesus diz que eles, os judeus, e não só o anônimo, desconheciam quem o enviou. E que ele conhecia o verdadeiro, porque foi o verdadeiro que o enviou.
O texto termina repetindo o que afirma no início: que eles (os judeus) procuravam prendê-lo (para matá-lo, intenção original de judeus no texto). E, no entanto, não o prenderam porque não tinha chegado “sua hora”. No evangelho de João há muitas referências à hora de Jesus, sua hora, hora da glória. Ela se refere á hora da morte. Da glorificação de Jesus.
Meditação: O que o texto me diz?
Jesus sabe que não é bem-vindo. Por isso anda escondido e com cuidado. Também na nossa vida, muitas vezes Ele não é bem-vindo nem bem recebido. E, quando andamos longe de Deus, Jesus não se impõe. O povo de Jerusalém está confuso. Não sabe bem quem é Jesus. Está cheio de preconceitos e ideias feitas. Não tem o coração aberto e disponível e por isso a Verdade vai não será compreendida. A hora de Jesus, de cumprir plenamente a vontade do Pai, ainda não tinha chegado. A vida de Jesus resume-se ao cumprimento da vontade do Pai. Que exemplo único Deus nos deu!
Oração: O que o texto me faz dizer a Deus?
Peça ao Senhor a coragem para também cumprir a Sua vontade para sua vida. Peça também ao Senhor que aumente sua fé e lhe dê coragem para continuar firme no seu caminho.
Contemplação: O que Deus, através do texto, faz em mim?
-“…venho da parte dele, e ele foi quem me enviou.’, diz Jesus no evangelho de hoje. Quando rezamos o credo nem sempre nos damos conta do que afirmamos crer. Veja o que diz o Pe. Adroaldo Palaoro sobre a fé:
“A fé é muito mais que uma “crença”, que se restringe a uma formulação doutrinal; a fé é um modo de ver, um modo de viver, um modo de ser. Envolve a pessoa toda em todas as suas dimensões, de um modo integrado e configurador. Portanto, aquele que crê não é uma pessoa que “tem fé”, mas alguém tomado e configurado, cada vez mais plenamente, por uma experiência radical de amor que repercute e lhe faz vibrar em todo o seu ser. A fé é um caminho, é uma viagem entre a luz e a treva. É um desejo eternamente insatisfeito. É uma confiança continuamente renovada, um compromisso sem final. “
Ação: O que o texto me impulsiona a fazer?
Este evangelho nos faz pensar na maneira como seguimos Jesus. Será que já percebemos as consequências desse seguimento? É preciso também lidar com os medos e como ligamos estes medos e a nossa confiança em Deus. Será que eles são maiores do que a confiança em Deus? Se são é preciso repensar a maneira em que estamos crendo em Deus. Há algo errado. Outro questionamento que leva a mudança de atitude é refletir se me sinto chamado a ser no mundo um enviado de Deus Pai. Se sim, como estou há alguma missão que preciso assumir, mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia.
Equipe do Lectionautas