João 1,35-42
4 de janeiro de 2018Tu es meu filho amado (Mc 1,7-11)
5 de janeiro de 2018No dia seguinte, Jesus resolveu ir para a região da Galileia. Antes de ir, foi procurar Filipe e disse:
— Venha comigo!
Filipe era de Betsaida, de onde eram também André e Pedro. Filipe foi procurar Natanael e disse:
— Achamos aquele a respeito de quem Moisés escreveu no Livro da Lei e sobre quem os profetas também escreveram. É Jesus, filho de José, da cidade de Nazaré.
Natanael perguntou:
— E será que pode sair alguma coisa boa de Nazaré?
— Venha ver! — respondeu Filipe.
Quando Jesus viu Natanael chegando, disse a respeito dele:
— Aí está um verdadeiro israelita, um homem realmente sincero.
Então Natanael perguntou a Jesus:
— De onde o senhor me conhece?
Jesus respondeu:
— Antes que Filipe chamasse você, eu já tinha visto você sentado debaixo daquela figueira.
Então Natanael exclamou:
— Mestre, o senhor é o Filho de Deus! O senhor é o Rei de Israel!
Jesus respondeu:
— Você crê em mim só porque eu disse que tinha visto você debaixo da figueira? Pois você verá coisas maiores do que esta. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.
Como vimos na liturgia dos dois últimos dias, Jesus fora batizado por João. No dia seguinte ao batismo, dois discípulos de João, por sua indicação, seguem Jesus e querem saber onde Ele morava. Jesus não lhes diz, porém retruca: “Venham ver!”. Os dois discípulos de João foram com Jesus e ficaram com Ele o resto do dia. Um deles era André e a primeira coisa que ele faz é ir atrás de seu irmão Simão e chamá-lo, pois estava convicto de que tinha encontrado o messias.
O texto de hoje segue o relato deste encontro de Jesus com seus primeiros discípulos, logo após seu batismo, conforme tradição da comunidade de João.
Principalmente duas coisas chamaram a minha atenção. A primeira é a forma como a comunidade de Jesus vai-se formando. Alguns vão ao encontro dele apenas por uma indicação do antigo mestre, outros são chamados por amigos e alguns são chamados diretamente pelo Mestre.
A diversidade está presente no mundo criado por Deus e é comum a todos os ambientes em que vivemos. Minha experiência de aproximação de Jesus é pessoal. Cada um fará a sua própria. Sempre haverá diversas reações ao chamamento. Alguns aceitarão mais facilmente, e outros terão mais resistências.
Isto chamou a minha atenção porque me levou a pensar: como tenho desempenhado minha tarefa de evangelização?
Achei interessante questionar-me em relação a isto e convido você a fazer um exame a respeito.
Na primeira leitura de hoje (1Jo 3,11-21), há um questionamento muito forte que pode nos ajudar em relação a isto: “se alguém é rico e vê o seu irmão passando necessidade, mas fecha o seu coração para essa pessoa, como pode afirmar que, de fato, ama a Deus?”.
Certamente a riqueza material necessita ser melhor distribuída no mundo e o apelo do evangelho sempre nos imporá isto, porém, aqui, poderia também reconhecer que a riqueza de manter uma vida íntima com Jesus é algo que necessitamos levar a muitas pessoas. Assim, podemos, mais uma vez, refletir: como tenho distribuído esta minha riqueza?
A segunda coisa que chamou a minha atenção tem a ver com a forma com que podemos ajudar as pessoas a se aproximarem mais de Jesus.
Filipe é um exemplo para nós. Ele não entrou em discussões banais com Natanael a respeito do argumento de que não poderia sair coisa boa de Nazaré.
Filipe não tentou doutrinar Natanael. Filipe não tentou convencê-lo com argumentos teóricos, mostrando muita inteligência ou vasto conhecimento do assunto. O que fez Filipe? Ele conseguiu criar o desejo da experiência em Natanael.
Não se alcança Jesus por meio de discursos teóricos e esclarecimentos científicos. Jesus precisa ser experimentado. Ele próprio dá o exemplo quando aqueles dois primeiros discípulos o seguem e querem saber onde morava. Ele não explica, apenas os convida a terem a experiência de ficar junto a Ele. Filipe também fez a mesma coisa, aprendeu rápido com Jesus. Nós também devemos seguir este caminho. Não importa o quanto conheço ou não de Jesus, importa que eu transmita ao outro o quanto é bom ficar junto dele e, assim, despertar o desejo no outro de também fazer a experiência de conviver com o Cristo.
O que você acha disso? Como tem convidado os outros para entrar no caminho? Tem sido eficaz? As pessoas têm permanecido no caminho ou, depois de um tempo, afastam-se? O que acha que está faltando?
Espírito Santo, doador de todos os dons, vem em nosso auxílio para que possamos evangelizar e trazer mais pessoas para o caminho do seguimento a Jesus, da forma mais eficaz possível. Amém!
***
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte