Não tenha medo; tenha fé! (Mc 5,21-43)
31 de janeiro de 2017“Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor.”
2 de fevereiro de 2017“Jesus voltou com os seus discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram:
— De onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
— Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.
Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali.”
Na oração de hoje, vamos pedir a graça de uma abertura sincera à Palavra de Deus.
“Jesus voltou com os seus discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na sinagoga.” Jesus, antes de voltar para a sua terra, esteve em outras regiões, como Cafarnaum e Gerasa. Encontrou pessoas das quais elogiou a fé, devolveu vida e dignidade. Agora, vê-lo entrando na sinagoga de Nazaré com seus discípulos para aí ensinar.
Ele, que tanta recepção teve em outras terras, o que recebeu de seus concidadãos? Que reações encontrou? “Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram: — De onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro (…) Por isso ficaram desiludidos com ele.” Outras traduções dizem que ficaram “escandalizados”.
Jesus torna-se pedra de tropeço em sua própria terra. A admiração e o escândalo ou a desilusão acabam sendo muito semelhantes, pois admirar é mirar de fora e, de fato, essas pessoas não entram no mistério. Parece que o conhecem tanto – conhecem sua mãe, seus parentes, já o viram trabalhar, sabem qual é sua profissão, sempre o encontraram por ali – que não sabem de onde vem aquela sabedoria e tampouco se abrem a ela. “De onde é que este homem consegue tudo isso?” Ele não é uma “figura autorizada” para isso. Não é um mestre, nem fariseu, nem sacerdote… então como pode? Como pode um carpinteiro, um entre nós fazer isso?
Podemos correr este risco também, o risco de pensar “Eu rezo todos os dias”, “eu leio a Bíblia”, “eu estou na pastoral X ou Y”, “eu vou à missa”, “eu sei este Evangelho de cor e salteado”, e não nos deixar tocar verdadeiramente pela Palavra, que é nova a cada dia, porque fala àquele nosso dia. Quantas pessoas estão há anos na Igreja e não fazem profundamente uma experiência de amor e misericórdia!
Perguntar ao Senhor na oração: Jesus, quando estou assim, quando a Palavra resvala na minha vida sem fazer o efeito para o qual foi enviada, como Você se sente? O que vê? “E ficou admirado com a falta de fé que havia ali.”
Deixar-nos tocar pela experiência de Jesus em sua própria terra e pedir-lhe: Senhor, eu tenho fé. Mas vem em socorro da minha falta de fé!
Tania Pulier, jornalista e teóloga, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei