Sentido completo
13 de junho de 2018No espaço da caverna (Mt 5,27-32)
15 de junho de 2018Leitura: Mateus 5, 20-26
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. Vós ouvistes o que foi dito aos antigos:
‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal;
quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.
Só então vai apresentar a tua oferta. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça,
e tu serás jogado na prisão. Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo.
Palavra da Salvação.
ORAÇÃO
A beleza desta passagem de Mateus nos apresenta a dimensão do perdão e da reconciliação sob a perspectiva do Reino do Céu: o que Deus nos pede é que sejamos misericordiosos e que tenhamos compaixão uns dos outros.
“Disse Jesus aos seus discípulos: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.”
Podemos entender nesta Sua fala que Ele espera dos seus seguidores o discernimento entre a justiça humana e a justiça divina. A justiça divina se preocupa além do fato de matarmos alguém ou cometermos qualquer outro ato ilícito: preocupa-se com o simples fato de ofendermos um irmão ou de sabermos que alguém possa estar ofendido conosco por algum motivo.
“Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão.
Só então vai apresentar a tua oferta.”
A reconciliação precisa ser feita na caminhada. O recurso cabe enquanto o processo corre. Sabemos disso juridicamente, e isso se aplica muito bem à nossa vida.
Em instância final cabe a sentença e não a negociação. Nossa vida é assim. É no dia a dia que precisamos atentar para nossas relações interpessoais, nos dispor a perdoar e pedir perdão. Como vamos ofertar algo que não temos? Se formos fazer uma oferta a Deus com o coração cheio de rancor, será isso que teremos para Lhe ofertar.
Que os erros passados, tanto nossos quanto dos que conosco convivem, nos sirvam de inspiração e não de aprisionamento: que nossa vida seja vivida como um presente único e precioso. E mais que isso, que vivamos nossa vida no tempo presente, cuidando das nossas relações interpessoais, nos retratando diante dos nossos erros e imperfeições e acolhendo os erros e imperfeições das pessoas que conosco convivem.
Jesus nos lembra a importância da tolerância, da paciência, da humildade em não nos considerarmos superiores aos nossos irmãos. Mais do que a condenação dos tribunais, importam nossos relacionamentos pautados no amor. Este é o julgamento que cabe ao Reino de Deus: do quanto somos capazes de amar, perdoar, pedir perdão, reconciliar.
Peçamos ao Deus de amor e bondade, pela intercessão de Maria Santíssima, sabedoria para vivermos nossa vida como um presente e, mais que isso, sempre no tempo presente, dispostos a nos relacionar sempre orientados pelo amor e pela misericórdia.
Maria Luzia de Moraes Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte