A essência é o amor
25 de fevereiro de 2015“Se a vossa justiça não for maior”
27 de fevereiro de 2015Mateus 7,7-12
Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá. Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? Ou lhe dará uma cobra, se este lhe pedir peixe? Ora, se vós que sois maus sabeis dar boas dádivas ao vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedem! Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas.
Uma regra atual
Jesus nos apresenta sua regra de ouro: “que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles”. É regra que ensina a prática da caridade, da solidariedade e da generosidade. Exige um comportamento ativo, porque não diz para esperar que alguém nos faça o bem, a fim de darmos simples retribuição, mas pede que façamos o bem simplesmente pela consciência de que o bem é o desejo comum.
Não é fácil de ser cumprida, pois é regra exigente. Não nos dá tempo para vivermos em cima do muro. Contudo, por meio dela alcançaremos nossa realização, a paz e felicidade completas. Apesar disso, a sociedade dos dias de hoje tem pregado outras regras, e é lamentável como tantos cristãos tem se esquecido desse mandamento que é requisito para o seguimento de Jesus.
Uma regra mais antiga que aquela revelada por Jesus é esta: não faça ao outro aquilo que não queremos que nos façam. Em outras palavras, pede-nos simplesmente que não façamos o mal. É regra que tem predominado nos dias atuais, mas precisamos refletir: vivendo em um mundo repleto de irmãos em sofrimento, escolhermos apenas evitar a prática do mal é o bastante? Esse é um caminho infinitamente mais fácil de ser percorrido, mas é escolha de gente que, no mínimo, não enxerga e não se comove com as mazelas de nosso tempo.
Outra regra também antiga, mas que tem sido absurdamente defendida por cristãos de hoje é esta: olho por olho, dente por dente; bateu, levou… Basta assistirmos por minutos aos telejornais e encontraremos fortes evidências de que há uma tendência político-social atual para que essa regra prevaleça. É triste e doloroso perceber que essa máxima de comportamento vai ao oposto daquilo que nos pede Jesus. Em outras palavras, permite-nos a prática do mal.
É certo considerarmo-nos cristãos quando somos aqueles que deixam as regras de Jesus apenas na leitura da Palavra ou na escuta durante as celebrações litúrgicas? Diante da maldade e do sofrimento do mundo, vivemos a regra do bem, do mal ou de simples não-prática do mal? Nas adversidades de nossa sociedade atual, se ainda tivermos dúvidas de qual postura adotar nas mais diversas situações, recordemos a regra de ouro.
Marcelo H. Camargos. Acadêmico de medicina na UFMG. Família Missonária Verbum Dei.