“Não julguem, e vocês não serão julgados”
22 de junho de 2015Natividade de São João Batista
24 de junho de 2015Leitura: Mateus 7,6.12-14
Não deis aos cães o que é sagrado, nem atireis as vossas pérolas aos porcos, para que não as pisem e, voltando-se contra vós, vos estraçalhem. Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas. Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida. E poucos são os que o encontram.
Oração – Uma nova regra: a regra do bem
Recuperemos do texto a regra de ouro enunciada por Jesus: Façamos para o outro aquilo que queremos que nos façam. Agora, lembremo-nos de uma antiga premissa do judaísmo: Não façamos para o outro aquilo que não queremos que nos façam. Comparemos atenciosamente os dois conselhos. Uma análise mais sensível nos faz distinguir dois sentidos na comparação, de um modo que nos faz perceber que a regra de Jesus é muito mais exigente.
A regra do judaísmo é dita como negação. Ao adotá-la em nossa vida, temos dois comportamentos possíveis: praticarmos o bem ou vivermos a omissão. A fala de Jesus modifica o sentido da antiga regra, dando-nos apenas um comportamento possível: praticarmos o bem. Jesus não nos dá possibilidade de sermos omissos, quando decidimos segui-lo rumo ao Reino. Para isso, nos traz uma regra nova, muito mais exigente. E essa exigência se dá na impossibilidade de adotarmos passividade nos nossos relacionamentos e na nossa convivência diária. Jesus nos quer postura proativa, mostrando-nos que não basta deixarmos de praticar o mal – é urgente praticarmos o bem, em todos os momentos e em todas as situações dos nossos dias!
Muito pertinente rezarmos a regra de ouro nos dias atuais, quando há no mundo tanta pobreza, injustiça e opressão. É bem verdade que aquele que se faz omisso diante da opressão, põe-se do lado do opressor. Aquele que se esconde diante da injustiça, deixa de cumprir com a justiça. Sobretudo diante da injustiça e da opressão, Jesus nos chama a transformarmos a dura realidade de tanta gente sofredora, padecente de dignidade e compaixão.
Rezemos para que o Espírito de Deus seja nosso guia na prática diária do bem, dando-nos força e coragem para enfrentarmos o medo e a preguiça. Aspirantes a imitadores de Cristo, espalhemos o bem pelo mundo! Tenhamos para nossa vida o conselho de Teresa de Calcutá: “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”.
Marcelo H. Camargos – acadêmico de medicina na UFMG e membro da Família Verbum Dei de BH.