XXXI Domingo do Tempo Comum – Ano C
30 de outubro de 2016Disponíveis para o amor (Lc 14,15-24)
1 de novembro de 2016Lucas 14,12-14
Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado:
— Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez. Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.
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Oração: Uma lógica excludente
Nossa sociedade vem nos dizer que o normal é sermos interesseiros. Se você não é um interesseiro, então é tachado de lerdo ou vacilão, porque na lógica em que estamos inseridos não faz qualquer sentido fazer uma coisa sem receber algo em troca. Mesmo o nosso tempo, se o dedicamos a alguém, então esperamos ser retribuídos, porque não se pode perder tempo fazendo uma coisa que não nos pagará. Pior que isso, essa lógica de fazer uma coisa e receber uma coisa parece já ultrapassada por algo pior. Agora queremos nas mais diversas circunstâncias fazer uma coisa e receber duas coisas, ou o máximo que a negociação alcançar.
Diante de quadro tão sombrio, Jesus vem nos lembrar hoje de sua lógica, a da gratuidade. Ele quer nos dizer que precisamos viver com a consciência de que nada deste mundo será capaz de recompensar as nossas boas intenções e atitudes misericordiosas, amorosas. O tesouro daquele que se propõe a seguir o evangelho acumula-se em outro reino. Portanto, nossa recompensa não está neste mundo, e não devemos nos preocupar com o poder e a riqueza tão ferozmente cobiçados aqui, porque nada será capaz de equiparar-se ao tesouro que nos é oferecido por Deus.
Se aceitamos a lógica daquele que se dispõe apenas para quem tem poder aquisitivo igual ou maior que o dele, então percebamos quanta gente ficaria de fora, sem ao menos uma refeição! Mas veja só: não é isso que acontece no mundo de hoje? E Jesus não nos cansa de dizer que o cuidado Dele é maior justamente com esses excluídos. Assim Ele quer nos fazer entender que, como cristãos, nosso interesse deve estar nas pessoas, especialmente aquelas que sempre ficam de fora, e não nas recompensas deste mundo.
Rezemos hoje para que Jesus nos faça bem entender a sua lógica da gratuidade, e nos dê sensibilidade para usá-la em todos os momentos da nossa vida.
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Marcelo H. Camargos – Família Missionária Verbum Dei de Belo Horizonte/MG