Substituir a necessidade de julgar pela capacidade de amar.
13 de março de 2017Podemos beber do seu cálice! (Mt 20,17-28)
15 de março de 2017“Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse:
— Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam. Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos. Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros. Vejam como são grandes os trechos das Escrituras Sagradas que eles copiam e amarram na testa e nos braços! E olhem os pingentes grandes das suas capas! Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de “mestre”. Porém vocês não devem ser chamados de “mestre”, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de “líderes” porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.”
Na oração de hoje, vamos pedir ao Pai a graça de sentir na pele o que Jesus diz e deixar-nos transformar por Ele.
“Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse: Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam.” Isaías, na primeira leitura de hoje (Is 1, 16-20), diz: “Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem.” Em todo este trecho do Evangelho, Jesus nos dá luz sobre atitudes concretas que devemos deixar e finaliza com a atitude que somos chamados a assumir, a aprender a viver. O que devemos deixar se resume na incoerência, no que falamos, mas não fazemos, ou fazemos o contrário.
Talvez seja mais difícil reconhecermos em nós mesmos do que nos outros. Provavelmente na oração nos virão situações nas quais sofremos as atitudes ou incoerências de outros. Acolher essas lembranças e os sentimentos que nos causam e, a partir deles, pedir ao Senhor luz para ver em que nós mesmos atuamos assim. Sentir o que já nos causaram, perceber o que causamos e pedir sinceramente a transformação.
“Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros, mas eles mesmos não os ajudam, nem ao menos com um dedo, a carregar esses fardos.” Já senti alguma vez que me colocaram um fardo – uma tarefa, um problema – muito pesado para carregar e me deixaram sozinha com ele, sem nenhuma ajuda? Como foi para mim vivenciar essa situação? À luz da memória deste fato, reconheço alguma situação em que eu faço o mesmo? Há alguém que possa estar se sentindo sozinho, com um peso e sem ajuda ou orientação com uma tarefa que eu deixei (ou deixei de fazer) ou com um problema que eu descarreguei sobre ele?
“Tudo o que eles fazem é para serem vistos pelos outros.” O que me motiva a fazer o que faço? Que sentido tenho para o que assumo no trabalho, na escola, na família, no grupo de amigos ou na Igreja? Por que posto o que posto nas redes sociais? Quais as minhas razões e motivações? Há anseios de reconhecimento e glória (“curtidas”) misturados?
“Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de “mestre”.” Hoje o que tem de mestre e doutor na Igreja não é brincadeira! E a quantidade de showmen também! E agora que os blogueiros e youtubers popularizaram a possibilidade de ser ídolo, essa busca se dá o tempo todo e em todos os lugares. Mas qual o sentido do que Jesus diz: “Porém vocês não devem ser chamados de “mestre”, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre.”? Por que Ele nos faz esse alerta? Perguntar a Ele na oração: Senhor, o que quer dizer quando é isso que nos convida a viver? Às vezes precisamos usar meios de comunicação para a própria evangelização, precisamos ir à frente, nos expor. Mas qual o sentido profundo do seu alerta? O que significa para mim ter a você como Mestre e líder, e viver como filha(o) de Deus?
Jesus finaliza este trecho do Evangelho com a atitude que nos convida a assumir. “Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros.” Senhor, dê-me o Seu Espírito, e que Ele me inspire e ajude a tornar-me servidor em tudo o que eu viver. Que o serviço seja a minha atitude principal. Busco glória muitas vezes, Senhor. A sede de reconhecimento está em mim. Que, em lugar de abafá-la, eu aprenda a entregá-la a você para que a transforme, fazendo-me compreender no fundo do coração o que Você ensina: “Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.”
Tania Pulier, jornalista e teóloga, membro da CVX Cardoner e da Família Missionária Verbum Dei