“Tu és meu filho querido”
8 de janeiro de 2018Jesus cura os doentes e expulsa os demônios – Mc 1, 29-39
10 de janeiro de 2018Leitura: Marcos 1, 21b-28
Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.
Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!”
Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “Que é isso? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galileia.
ORAÇÃO
A leitura de hoje, narrada por Marcos, nos inspira a refletir sobre a magnitude da sabedoria de Cristo, a beleza e profundidade dos seus ensinamentos. Jesus se apropriava da Palavra de Deus de tal forma, que sua pregação era diferente dos próprios mestres da Lei: “Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.” Todos se admiravam da propriedade que Cristo tinha para ensinar na sinagoga: não ensinava como os mestres, mas como alguém que falava não apenas do que aprendeu, mas principalmente do que vivenciava como Filho de Deus.
Entendamos como um convite de Jesus a cada um de nós, cristãos, seus seguidores: conhecer e vivenciar a Palavra de Deus com tamanho interesse e dedicação, que cheguemos ao ponto de falarmos dela não somente através da liturgia, mas sobretudo pelas nossas atitudes e escolhas.
Uma outra reflexão é sobre a consideração de Cristo pela humanidade, a confiança que Deus Pai deposita no ser humano. Cristo nos demonstra isso quando despreza o mau espírito e não o homem possuído. Ele percebe que o homem que gritou dentro da sinagoga não fez isso por ele mesmo, mas porque estava possuído por um espírito mau. Jesus percebe prontamente e intima o mau espírito, e não o homem: “estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: ‘Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!”
Deus Pai, que é puro amor e bondade, percebe a humanidade como essencialmente boa, mas às vezes tomada por maus espíritos. E não podemos subestimar a força destes maus espíritos. Jesus precisou ser enérgico, imperativo, para que o mau espírito saísse daquele homem. E ele saiu com força, violentamente como narra o Evangelista: “então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu.”
Supliquemos continuamente à Trindade Santíssima, que nos fortaleça na fé, na força do Seu Espírito, para que sejamos capazes de retornar à nossa essência de criaturas feitas à imagem e semelhança do Pai, mesmo quando em algumas circunstâncias nos descuidamos e permitimos que maus espíritos se aproximem, às vezes, até se apoderando de nós. Que, por Sua intercessão, nos mantenhamos vigilantes aos nossos maus comportamentos, às nossas decisões presunçosas, às nossas percepções equivocadas.
E que, assim, possamos ser testemunhas da Palavra, sobretudo através de nossas atitudes, permitindo que a Sua autoridade se imponha sempre sobre o mal que tantas vezes nos espreita.
Maria Luzia de Moraes Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte