Pai nosso (Mateus 6,7-15)
22 de junho de 2017Natividade de João Batista (Lc 1, 57-66)
23 de junho de 2017Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
(Tradução CNBB)
Hoje, na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, deixemos que Ele nos envolva e nos conduza na oração.
Senhor, seu coração é, verdadeiramente, humilde. E, quando me coloco diante de você para orar, o que mais desejo é tornar o meu coração um pouco mais humilde. Tenho para mim, Jesus, que a fonte da felicidade é poder alcançar um coração humilde semelhante ao seu.
Ser humilde é uma qualidade de quem anda na verdade e não se deixa enganar, reconhece-se e não se envergonha de suas limitações, como também desenvolve seus dons e os coloca a serviço, sem arrogância, prepotência ou soberba.
“Tudo me foi entregue por meu Pai”.
Senhor, seu coração humilde nos ensina: é bom reconhecer que tudo nos foi dado por Deus.
Se essa verdade está clara para nós, se a reconhecemos de forma inequívoca, fica mais fácil manter nosso coração na humildade, uma vez que não buscaremos glória para nós, mas somente para Deus, que nos deu tudo e é o verdadeiro Senhor de todas as coisas.
A sutileza de reconhecer que tudo nos foi dado por Deus esconde, daqueles que se vangloriam de sua sabedoria e se julgam entendidos, o que Jesus veio revelar. No contexto desta passagem, Jesus se referia aos fariseus e doutores da Lei. Atualizando para hoje, podemos enxergar aí muitas pessoas que se valem de suas próprias reflexões e intelectualidade para contestar e rejeitar as verdades evangélicas.
Muitas vezes, senão na maioria delas, a rejeição ao que Jesus nos veio revelar não se mostra de forma direta, mas entranhada nas ações políticas, empresariais, comunitárias e familiares. Porém aqueles que reconhecem a sua própria pequenez e, em razão deste reconhecimento, são capazes de se abrir para o Altíssimo, recebem diretamente de Deus a mais perfeita sabedoria, manifestada em Jesus Cristo, e o amor, face do Pai Misericordioso que Ele nos veio revelar.
Na segunda leitura de hoje, João, em sua primeira carta (1Jo 4,7-16), lembra-nos que “Deus é amor” e que “o amor é isto: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e mandou o seu Filho para que, por meio dele, os nossos pecados fossem perdoados”. E, ao final dessa belíssima carta, cuja leitura recomendo a todos, João afirma: “Deus é amor. Aquele que vive no amor vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele”.
Ora, quem se reconhece pequeno e percebe a necessidade do amor de Deus, já recebe Seu amor, pois Deus sempre ama primeiro e, na alegria de se saber amado, corresponde a este amor e recebe cada vez mais, pois o amor de Deus não tem limites, transborda continuamente.
O grande convite para a oração de hoje nos é dado pelo próprio Jesus. Envolvidos por este amor infinito, aproximemo-nos do Coração de Jesus e recebamos o descanso. Com os olhos fechados, em um momento de profundo silêncio, contemplemos todo nosso ser, corpo e espírito, sendo abraçado por um coração manso e humilde, que alivia o peso de tudo aquilo que estamos arrastando em nossas vidas.
Levemos para nosso dia o gostinho de tudo que sentimos aqui. Que tal um dia especial, leve e sereno, com o perfume do amor que brota do Coração de Jesus?
Maria, mãezinha querida, você que correspondeu de uma forma maior ao amor de Deus, caminhe conosco e nos auxilie a corresponder, cada vez mais, ao amor que levou seu filho a morrer na cruz por nós. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte