Nossa parte e a do Senhor na travessia da vida (Mateus 14,13-21)
3 de agosto de 2015Fé, amor e humildade (Mateus 15,21-28)
5 de agosto de 2015“Alguns fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém para falar com Jesus e lhe perguntaram:
– Por que é que seus discípulos comem sem lavar as mãos, desobedecendo assim aos ensinamentos que recebemos dos antigos?
Jesus chamou a multidão e disse:
– Escutem e entendam! Não é o que entra pela boca que faz com que alguém fique impuro. Pelo contrário, o que sai da boca é que pode tornar a pessoa impura.
Então os discípulos chegaram perto dele e disseram:
– Sabe que os fariseus ficaram escandalizados com o que o senhor disse?
Jesus respondeu:
– Toda planta que o meu Pai, que está no céu, não plantou será arrancada. Não se preocupem com os fariseus. São guias cegos. E, quando um cego guia outro, os dois acabam caindo num buraco.”
Hoje, dia de São João Maria Vianney, o Cura d´Ars, rezemos pelos nossos presbíteros, para que o Pai os conduza em sua missão de padres, e de fato vivam como pastores de suas comunidades, pastores no Pastor.
Jesus chama a atenção para o que é realmente vital a ser observado. Há muitas tradições (com “t” minúsculo), ensinamentos humanos que viram preceitos religiosos de determinada época, mas não representam a essência da Tradição. Por exemplo, o uso de véu pelas mulheres; ajoelhar na consagração; receber a hóstia pela boca; homens sentando separados das mulheres nas igrejas; e várias outras que possamos lembrar.
Aqui os fariseus trouxeram a Jesus uma destas tradições, que na verdade tem até um sentido higiênico, mas foi tornada uma das várias regras com as quais os fariseus envolveram a Torá, com o afã de garantir a vivência dela a partir do periférico, mas que acabava por tomar a cena do que era realmente essencial: “Por que é que seus discípulos comem sem lavar as mãos?”
A resposta de Jesus é um dos versículos-chave deste Evangelho. Ele convida a uma escuta mais profunda, que é a verdadeira obediência. “Escutem e entendam!” É um chamado à atenção na atenção:
– Com o que eu me importo, me ocupo? O que leva a minha energia? É realmente o mais importante?
E um chamado à atenção na intenção. “Não é o que entra pela boca que faz com que alguém fique impuro. Pelo contrário, o que sai da boca é que pode tornar a pessoa impura.”
– O que está por dentro do que faço? Qual a verdadeira intenção? O que motiva? Qual o significado? Tem a ver com a essência do ensinamento de Jesus, o amor a Deus e ao próximo?
Jesus acaba por chamar os fariseus de “guias cegos”, pois são cegos para a essência, cegos para o que é fundamental e realmente importante. “E, quando um cego guia outro, os dois acabam caindo num buraco.” Se nossos puritanismos não promovem a inclusão, a justiça e a igualdade, nós também somos guias cegos, uma vez que influenciamos muitas pessoas.
Peçamos então ao Pai, por meio de Jesus, que nos ensine a viver e promover o que realmente importa, para gerar não queda, mas vida plena ao nosso redor.
Tania Pulier, comunicadora social, membro da Família Missionária Verbum Dei e da pré-CVX Cardoner.