Conversão (Lc 19,1-10)
15 de novembro de 2016Ah, Jerusalém! (Lucas 19,41-44)
17 de novembro de 2016Leitura: Lucas 19, 11-28
Jesus contou uma parábola para os que ouviram o que ele tinha dito. Agora ele estava perto de Jerusalém, e por isso eles estavam pensando que o Reino de Deus ia aparecer logo. Então Jesus disse:
— Certo homem de uma família importante foi para um país que ficava bem longe, para lá ser feito rei e depois voltar. Antes de viajar, chamou dez dos seus empregados, deu a cada um uma moeda de ouro e disse: “Vejam o que vocês conseguem ganhar com este dinheiro até a minha volta.”
— Acontece que o povo do seu país o odiava e por isso mandou atrás dele uma comissão para dizer que não queriam que aquele homem fosse feito rei deles.
— O homem foi feito rei e voltou para casa. Aí mandou chamar os empregados a quem tinha dado o dinheiro, para saber quanto haviam conseguido ganhar. O primeiro chegou e disse: “Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei dez.”
— “Muito bem!” — respondeu ele. — “Você é um bom empregado! E, porque foi fiel em coisas pequenas, você vai ser o governador de dez cidades.”
— O segundo empregado veio e disse: “Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei cinco.”
— “Você vai ser o governador de cinco cidades!” — disse o patrão.
— O outro empregado chegou e disse: “Patrão, aqui está a sua moeda. Eu a embrulhei num lenço e a escondi. Tive medo do senhor, porque sei que é um homem duro, que tira dos outros o que não é seu e colhe o que não plantou.”
— Ele respondeu: “Você é um mau empregado! Vou usar as suas próprias palavras para julgá-lo. Você sabia que sou um homem duro, que tiro dos outros o que não é meu e colho o que não plantei. Então por que você não pôs o meu dinheiro no banco? Assim, quando eu voltasse da viagem, receberia o dinheiro com juros.”
— E disse para os que estavam ali: “Tirem dele a moeda e deem ao que tem dez.”
Eles responderam:
— “Mas ele já tem dez moedas, patrão!”
— E o patrão disse:
— “Eu afirmo a vocês que aquele que tem muito receberá ainda mais; mas quem não tem, até o pouco que tem será tirado dele. E agora tragam aqui os meus inimigos, que não queriam que eu fosse o rei deles, e os matem na minha frente.”
Depois de dizer isso, Jesus foi adiante deles para Jerusalém.
Oração:
No evangelho de hoje, Jesus conta uma parábola para, a princípio, revelar que o Reino seria uma construção de longa duração. Na parábola, duas imagens me ajudam a orar.
Em primeiro lugar, um Rei que vai ser coroado noutras terras, mas para reinar na terra de onde saiu e que lhe era hostil. Esse rei sai e deixa seus empregados, nos quais confia. A construção do Reino parece algo tão difícil porque parece que o Rei não está. Olho para a história e para tantas vidas e penso: “parece que o Rei não estava”. E, na oração, percebo a missão do cristão: ser fiel a um Rei que parece estar exilado e que só recebe honras noutras terras.
Em segundo lugar, dois tipos de empregados. Esses empregados são o Rei. O Rei parece exilado, mas está presente em seus empregados, que cuidam de seus negócios. Mas como cuidam? O que é o cuidado?
A parábola não dá pistas sobre o que levou ao sucesso os dois empregados que empreenderam e tiveram bons resultados. Mas a palavra do empregado que não conseguiu fazer render o que lhe fora confiado nos revela o erro: “Tive medo do senhor”. Na oração, reconheço que minha vida paralisa quando tenho “medo do senhor”. Paralisa porque o medo é sinal do desconhecimento e do desencontro. Não se deveria temer o Amor.
Ora, o empregado temeroso havia ouvido que o senhor era exigente, que “colhe o que não plantou”. Os outros provavelmente sabiam do perfil do senhor. Por que os empregados viveram de forma tão diversa, uns, com as riquezas pelo caminho, produzindo mais riquezas, outro, com a riqueza guardada? Parece que ouviram falar de forma diferente sobre o senhor…
Que nossa vida de fé ajude a Igreja a revelar o Pai que dá riquezas e incentiva a criatividade na lida com os carismas que Ele oferta, a fim de que, um dia, nenhum cristão viva paralisado por medo do Amor.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, Família Verbum Dei de Belo Horizonte