
“Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo!”
21 de março de 2025
Se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo
23 de março de 2025
22 de março, sábado, 2ª semana da quaresma.
Teu irmão estava morto e tornou a viver.
Orientações gerais para navegar na Palavra de Deus:
- Escolha um lugar apropriado para a oração e uma posição corporal que mais lhe ajude. Desligue o celular e cuide para não ser interrompido(a).
- A ambientação ajuda a rezar: disponha no espaço uma vela e a Bíblia.
- Pacifique-se através do silêncio interior e exterior. Para isso, ajuda respirar profundamente várias vezes, de maneira pausada. Talvez uma música ambiente bem baixinha ajude a criar um clima de oração. Faça o sinal da Cruz.
- Tome consciência de que você está acolhendo a presença de Deus como amigo; invoque sempre o Espírito Santo para que ele te conduza nos passos da Palavra.
- Permita que o evangelho de hoje ilumine o seu dia e provoque em você uma busca sincera e constante de Deus.
Leia o evangelho de Lc 15,1-3.11-32
- Leitura. O que diz o texto?
“Este homem recebe e come com pessoas de má fama!” Essa murmuração dos fariseus e escribas acusando Jesus é o ponto de partida para que ele novamente ensine com parábolas. E hoje vamos rezar com esta pérola encontrada somente em Lucas, a parábola dos filhos perdidos e encontrados ou parábola do Pai misericordioso. Com a parábola desse Pai, que é puro amor e misericórdia, Jesus mostra a face de Deus, com quem possui profunda identificação e por isso sabe como receber os pecadores arrependidos. Ela é um convite a pensar, sobre as atitudes, tanto do filho mais novo, quanto do mais velho, que estão no interior de cada pessoa.
- Meditação. O que Deus nos diz através desse texto?
Lucas relata no capítulo 15 três parábolas, chamadas “parábolas da misericórdia” ou “parábolas dos perdidos e encontrados”. A primeira é a parábola da ovelha perdida e encontrada. A segunda é a parábola da moeda perdida e encontrada. E a terceira – a de hoje – é a parábola dos filhos perdidos e encontrados. O relato gira em torno das atitudes de dois filhos e de um pai que ama os dois. O filho mais novo é esbanjador e pede a herança com o pai ainda vivo, ou seja, o pai está morto para ele. Pega a sua parte da herança e sai. O outro que fica, o filho mais velho, se considera mais um empregado do que um filho, esperando que o pai o recompense pelo seu duro trabalho. Ele pensa que é o único merecedor do amor do pai. Ou seja, os dois filhos estão perdidos… O pai mantém a confiança de que o filho mais novo retorne para casa e seu olhar sempre está atento ao horizonte, na esperança de vê-lo ao longe caminhando de volta. E um dia ele voltou.
- Oração. O que o texto me faz dizer a Deus?
Pai misericordioso, sempre esperando a nossa volta para um abraço amoroso, nos ajude a voltar-nos para ti, do jeito como estamos, maltrapilhos e feridos pelo pecado.
- Contemplação. O que o texto faz em mim?
Para quem pensa na lógica da meritocracia, ou seja, “só recebe quem merece”, é muito difícil entender essa parábola do Pai misericordioso, porque ele dá do seu melhor (anel novo, roupa nova, festa) justamente para aquele que, aos nossos olhos, não merece. Amar quem não merece. Mas misericórdia é isso. Colocar nosso coração junto da miséria do outro. A lei antiga mandava matar o filho rebelde (veja em Dt 21,18-21). Jesus quer ensinar uma nova lei. A lei da graça, e não do merecimento. Nós não merecemos ser salvos. Nós precisamos. E contamos com a graça misericordiosa do Pai que nos ama sem limites…
Há em você, algo do irmão mais novo? Pensa em viver projetos individualistas, sem compromissos com os projetos de Deus? Como o irmão mais velho, em algum momento se fecha, se distanciando do coração de Deus, se acha melhor, não acolhe e julga atitudes de outras pessoas? Em que momentos consegue ser presença amorosa, alegre, respeitosa e como coração de Deus, acolhe, perdoa, age com misericórdia, sem julgamento?
- O que o texto me sugere a viver?
“Sejam misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”.
Diác. Glêvison Felipe Lourenço de Sousa*
*Diácono permanente da Arquidiocese de Belo Horizonte, MG. Pós-graduado em Sagrada Escritura pelo Claretiano – Centro Universitário. Membro da Coordenação Colegiada Arquidiocesana da Pastoral Carcerária. Colaborador e residente na Paróquia São José – Vespasiano MG, Brasil.