“Ele tem feito bem todas as coisas”
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Texto Bíblico: Mc 8,1-10: “Tenho compaixão dessa multidão”.
- Leitura: o que o texto diz?
A liturgia hoje nos propõe o evangelho chamado da multiplicação dos pães. Jesus, que continua sua caminhada rumo à cidade Jerusalém, é seguido por uma multidão esperançosa de ver ou receber alguma ação miraculosa do Senhor. Num dado momento, Jesus percebe a exaustão e a fome daquelas pessoas e se enche de compaixão: “Tenho compaixão dessa multidão”. Ele é então invadido pelo desejo de matar a fome dele povo. Para isso, solicita a ajuda e a solidariedade dos que o acompanham. Os discípulos, porém, percebem a discrepância entre o que eles têm e o que precisam para alimentar a multidão. Contudo, a intervenção divina nos revela que o pouco partilhado pode se mostrar muito, diante da necessidade humana. E por meio da ação divina, a multidão é saciada com os pães que foram partilhados. Por mais que este evangelho retrate o aspecto da solidariedade e da partilha, não podemos esquecer seu pano de fundo eucarístico, constatável nas ações de Jesus (dar graças, partir e distribuir). Aquilo que parecia insuficiente, sobra para alimentar muitos outros que ainda não foram satisfeitos pelo alimento verdadeiro.
- Meditação: o que o texto me diz?
Agora é momento de trazer esta leitura para você. Leia mais uma vez o texto do evangelho, de forma pausada e escolha uma ou duas frases que toquem seu interior e vá repetindo interiormente essas palavras. Observe o olhar compassivo de Jesus frente à exaustão física da multidão. Entretanto, muitas vezes a exaustão que pesa sobre nós é espiritual ou mesmo psicológica. Somos invadidos pelo desanimo e a vontade de desistir, mas o texto de hoje afirma que Jesus não só nos dá alimento como também reanima nossas forças para que possamos continuar firmes. Em meio a desertos, ele nos proporciona verdadeiros oásis. Feche um pouco seus olhos e reze com seus desertos e exaustões.
- Oração: o que o texto me faz dizer?
Tendo notado quais são os seus desertos mais áridos, é momento de se imaginar saciado por Jesus, alimento verdadeiro, o qual sacia não a fome biológica, mas a espiritual, por vezes muito mais perigosa e urgente. Sinta-se como a multidão olhada com compaixão por Jesus. Nossos cansaços movem o coração do Senhor ao nosso encontro. Sua aproximação é refúgio e vigor para nós que enfrentamos tantos desertos. Agora é o momento de indicar a este Deus a fome mais essencial que você carrega no seu interior, o anseio mais autêntico. Feche um pouco seus olhos e reze apresentando-os ao Senhor.
- Contemplação: O que Deus faz em mim a partir desse texto?
O ponto de partida que propomos aqui é o olhar misericordioso de Deus em favor da humanidade. Aquele mesmo olhar de compaixão que levou Jesus a agir pode nos alcançar no dia de hoje. Deus continua tendo compaixão da multidão. De forma muito objetiva, podemos dizer que Cristo quer saciar nossa fome, fazer-nos descansar e reanimar nossa caminhada. Sinta-se tocado e refeito pelo olhar bondoso de Cristo que se faz alimento cotidiano no banquete da Eucaristia.
- Ação: Que atitudes devo tomar?
Este ato portentoso de Jesus se dá com a colaboração humana. Foi necessário dividir o peixe para que todos se beneficiassem. Isso nos mostra que a fé passa por atitudes que testemunham nosso engajamento com o Reino. Por isso, é primordial, ao fim do percurso de hoje, questionar-se com sinceridade: “Quais são os peixes que eu posso oferecer a Jesus?”. Lembre-se que enquanto você se recusa a oferecer “seu peixe” outros correm o risco de perecer. Este peixe pode ser nosso serviço pastoral, nosso compromisso com os mais pobres, nossa abertura ao outro etc. O mais importante é que não sejamos escravos da mesquinharia que nega, ao irmão e a Deus, aquilo que se tem.
Pe. Márcio Bezerra, INJ
Mestre em teologia pela FAJE.
Imagem: pexels.com/pexels-karolina-grabowska-4197986