Capacitação de Jovens Lectionautas (Diocese de Rio do Sul – SC)
2 de julho de 2013O encontro com Jesus, em nossas vidas, nos impele a dizer como o mestre da Lei: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás”. Afinal, quando descobrimos que a lógica de Deus não é legalista, não apenas queremos seguir o Filho; percebemos que não há lógica senão a do seguimento, pois é na caminhada que se dá o diálogo e também o silêncio eloquente de Deus, a partilha do pão e da vida.
Jesus, tendo sempre às mãos um exemplo da natureza para falar da vida de Deus e do homem, explica sobre si: sua vida é não ter lugar certo de parada. Não se aponta, no evangelho, se o mestre da Lei empreendeu ou não o seguimento, mas fica claro isto, que quem o quer seguir terá de viver a mesma itinerância.
Ora, o convite ao seguimento é feito a todo ser humano, motivo pelo qual não se pode concluir que todo seguimento a Jesus requer um grande nomadismo. É preciso perguntar-se e responder: que toca e que ninho me impedem de ir aonde Deus está? Melhor: que conforto, que aconchego, que comodismo me isolam e não permitem que eu leve Deus aonde Ele quer ir? É urgente perceber que Jesus não tem toca nem ninho porque quer, tal qual o Pai nele teve seu repouso e agrado, fazer morada no coração de cada homem e cada mulher. E como Deus chega lá?
Outra dica para o seguimento, trazida em seguida nesse evangelho, faz Jesus soar ríspido. A consciência da sensibilidade de Jesus, porém, é suficiente para que apostemos na força e importância do que quer nos ensinar: não é possível segui-lo com o olhar no passado. Tampouco é possível o seguimento se estivermos sempre prestando homenagem ao poder tradicional, às hierarquias, aos círculos mais íntimos… Ao contrário, o seguimento é sempre um passo para o futuro, em direção daquilo que se espera e com que se sonha, uma realidade livre de convenções sem vida, de honrarias sem sentido e de lamentos sem razão.
João Gustavo Henriques de Morais Fonseca, graduando em Direito na UFMG – Família Missionária Verbum Dei – FamVD