II Domingo da Quaresma – Ano A
12 de março de 2017Um só por dentro e por fora (Mateus 23, 1-12)
14 de março de 2017Evangelho – Lc 6,36-38
36Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês.37 — Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. 38Deem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos. A mesma medida que vocês usarem para medir os outros, Deus usará para medir vocês.
Vinde Espírito Santo e nos ilumine nesta semana de estudos, trabalhos, orações ou descanso, para que exercitemos a escolha por nos silenciarmos ao invés de condenar nosso próximo por suas ações.
No evangelho de hoje, vemos este conselho de Jesus, muito importe: que não julguemos. Se o próprio Pai é de infinita misericórdia, por que nós, que somo tão imperfeitos, temos o hábito de condenar aqueles que estão próximos de nós e que cometem falhas, ao nosso ver, imperdoáveis? O que nós temos de tão bom que nos coloca em algum lugar de privilégio de onde nos sentimos confortáveis para aniquilar o outro com nossa reprovação?
Quando paramos para analisar a postura de juízes que, tantas vezes, assumimos, percebemos o quão contraditória ela é.
Penso que Jesus usa um tom de ameaça no texto bem mais por causa do tipo de linguagem que seus ouvintes empregavam em seu dia a dia e que conseguiriam entender do que, de fato, amedrontar.
Assim, como Ele diria o mesmo texto hoje, adaptando o modo de Seus dizeres ao modo como o mundo atual entenderia? Certamente o tom ameaçador não teria tanta eficácia como naquela época, mas o teor da mensagem certamente nos lembraria que estamos em pé de igualdade com o nosso próximo e que, por isso, não nos cabe censurar.
Meditemos hoje com base nas palavras acima e busquemos a graça de não acusar. Antes ficarmos calados que usar a voz hipocritamente nas situações em que é o outro que erra. Ao contrário, que no momento em que censuraríamos, nós nos lembremos das palavras de Jesus e peçamos que ele nos dê sabedoria para sabermos como agir. Se nosso irmão precisa de algum alerta, que saibamos fazer sem tomarmos posse de autoridade que não nos cabe.
Trata-se de uma escolha difícil de fazer e de um caminho no qual é difícil persistir, pois nossa cultura nos faz pronunciar vereditos quase que automaticamente. Porém, quando conseguimos seguir o que hoje Jesus nos pede, nossa alma fica leve, até porque o que nós dizemos em determinadas situações pode não só ser injusto, como também levar outras pessoas a serem igualmente injustas.
Especialmente hoje, nas redes sociais, recebemos constantemente mensagens que ridicularizam pessoas pegas em situação de erro. De onde vem a necessidade de passar mensagens que não pertencem ao “bem coletivo” para frente? Se o próprio Jesus perdoou tantas vezes e deu oportunidade para tantas pessoas a recomeçarem sua vida, não podemos ser nós quem fechará os horizontes para quem praticou ações das quais discordamos.
Jesus, dê-me uma fala mais leve, um olhar mais bondoso e uma autoconsciência suficiente para que, antes de acusar o outro, que eu enxergue os meus próprios erros e me esforce para melhorar. Que eu ame o suficiente para realizar a vontade do Pai que, melhor que eu, sabe o que a ser feito em todas as situações. Que o Amor com o qual me sinto amada (o) por Deus me torne capaz de amar de verdade.
Amém!
Ana Paula Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte