“E Jesus continuou: ‘Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida.’

As autoridades dos judeus começaram a discutir entre si: ‘Como pode esse homem dar-nos a sua carne para comer?’

Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: se vocês não comem a carne do Filho do Homem e não bebem o seu sangue, não terão a vida em vocês. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele.

E como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, assim, aquele que me receber como alimento viverá por mim.

Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os pais de vocês comeram e depois morreram. Quem come deste pão viverá para sempre.’”

A primeira leitura da Solenidade de hoje (Dt 8,2-3; 14b-16a) fala da fome que o povo sentiu no deserto e do maná dado por Deus como alimento e sustento e da água jorrada da rocha pela ação de Deus. A falta de amor é a maior fome do nosso mundo e de cada um de nós. Relações fluidas, de enlouquecer; indiferença; falta de palavra e compromisso; volatilidade, relações de uso, troca e descarte, de objeto. Nessa travessia tão dolorosa do deserto o Senhor alimenta seu povo.

E hoje celebramos que Ele mesmo se faz este alimento. Ele dá a Si mesmo, oferece Seu Corpo e Sangue. “Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu vivo nele.” É esta vida em Cristo o presente que o Pai nos dá no Espírito e renova em cada celebração eucarística. Na Eucaristia somos cada um de nós que estamos verdadeiramente presentes no Calvário e no Sepulcro do Crucificado-Ressuscitado. Rogamos ao Pai o dom do Espírito para transformar o pão e o vinho em Corpo e Sangue de Cristo para que nós, comungando, sejamos transformados no Corpo de Cristo. “A Eucaristia nos faz Igreja, comunidade de amor”.

“E como há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois participamos todos desse único pão.” (1 Cor 10,17) Enviados por Jesus como Ele foi pelo Pai, e tornados Corpo eclesial de Cristo, também somos convidados a dar a nossa vida como alimento aos irmãos aonde o Pai nos colocar. Peçamos a Ele que celebrar esta festa de hoje revigore nossa fé na Eucaristia, “fonte e cume da vida cristã” (LG) e fortaleça nosso chamado a ser presença de Cristo no mundo de hoje. Pois Jesus, mais do que adoradores, quer seguidores.

Tania Pulier, comunicadora social – Palavra Acesa Editora – Família Missionária Verbum Dei e pré-CVX Cardoner.