Autoridade
30 de maio de 2015Ir atrás dos frutos (Mc 12, 1-12)
1 de junho de 2015LECTIO DIVINA
Solenidade da Santíssima Trindade – Ano B
Domingo, 31 de maio de 2015
“Feliz a nação que tem o Senhor como o seu Deus!”
Salmo 33.12
PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Espírito Santo, és a alma de minha alma,
adoro-te humildemente.
Ilumina-me, fortifica-me, guia-me, consola-me.
E na medida em que corresponder ao plano eterno, Deus Pai,
revela-me teus desejos.
Dá-me conhecer o que devo fazer.
Dá-me conhecer o que devo sofrer.
Dá-me conhecer o que com silenciosa modéstia
e em oração, devo aceitar, carregar e suportar.
Sim, Espírito Santo,
dá-me conhecer tua vontade e a vontade do Pai.
Pois durante toda a minha vida, outra coisa não quero ser
senão um contínuo e perpétuo Sim
aos desejos e ao querer do eterno Deus Pai.[1]
TEXTO BÍBLICO: Mateus 28.16-20
Jesus aparece aos onze discípulos
Marcos 16.14-18; Lucas 24.36-49; João 20.19-23; Atos 1.6-8
16Os onze discípulos foram para a Galileia e chegaram ao monte que Jesus tinha indicado. 17quando viram Jesus, o adoraram; mas alguns tiveram suas dúvidas. 18Então Jesus chegou perto deles e disse:
— Deus me deu todo o poder no céu e na terra. 19Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo 20e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.
1. LEITURA
Que diz o texto?
P. Cesar Buitrago[2]
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
Que fazem os discípulos quando veem Jesus? Que aconteceu com alguns deles? Que lhes pede Jesus? O que Jesus prometeu?
Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
Galileia, cenário onde tudo começou, é também o lugar que Mateus escolhe para terminar seu evangelho. Na Galileia, Jesus havia começado seu ministério público; agora, ressuscitado, convoca os discípulos à Galileia (v. 16), a fim de enviá-los para cumprirem sua missão. Eles chegam à colina (montanha) que Jesus mesmo lhes havia indicado. Em um monte se havia anunciado a doutrina da verdadeira justiça (Mt 5.1); de igual modo, de um monte (colina) se publica o pedido que Jesus lhes faz de ensinar e batizar.
Como ele mesmo havia predito, estão todos reunidos (menos aquele que o entregou) em um monte: “…quando viram Jesus, o adoraram; mas alguns tiveram suas dúvidas” (v. 17). Os discípulos, os mesmos que haviam duvidado (v. 17), reconhecem Jesus como Deus; posto que débeis e confusos, são escolhidos para formar a Igreja, novo Povo de Deus, e para dar início à tarefa de evangelização.
Jesus toma a iniciativa e se aproximar deles (v. 18), rompe o gelo, cria confiança, revela-lhes a autoridade que lhe vem de Deus e os envia a fazer discípulos consagrados “ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo” (v. 19). O conteúdo do anúncio (da missão) é “fazer discípulos”, levar a humanidade inteira a entrar no projeto de Deus, “batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (v. 19b). O verbo “batizar”, a partir de seu pano de fundo judeu e da raiz de onde provém, significa: “introduzir-se em algo”, “submergir-se”, “compenetrar-se”, “encher-se”. É, portanto, participar totalmente da vida de Deus.
A tarefa é ensinar: “…e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês” (v. 20). O verbo “ensinar” significa “instruir”, “acompanhar”. Jesus aparece em muitas ocasiões ensinando; o próprio Mateus afirma que “Ele não era como os mestres da Lei; pelo contrário, ensinava com a autoridade dele mesmo” (Mt 7.29). Os discípulos não podem esquecer-se de que sua referência é sempre Jesus; e como Jesus costumava fazer, ele também acompanhará os que chegarem a ser discípulos seus.
São Mateus conclui o evangelho com a grata promessa do Ressuscitado: “E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (v. 20b). É bem significativo que a geografia escolhida para enviar os discípulos seja a mesma onde teve início seu ministério (na Galileia); e que assim como foi apresentado no início do evangelho como o “Emanuel”, o “Deus conosco” (Mt 1.23), agora ele mesmo confesse sua presença até o fim dos tempos.
Alegremo-nos com a certeza de que ele está conosco, pois sua presença nos fortalece para que não desfaleçamos na tarefa que nos deixou, mas também para que não caiamos na tentação de realizá-la à nossa maneira.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Em momentos de oração e de reflexão, temos ouvido a voz de Deus e sentido a moção do Espírito Santo convidando-nos a sair de nós mesmos, a romper as fronteiras e a encontrar uma razão a mais para chamar-nos discípulos e sentir-nos missionários. Isto não acontece somente com os sacerdotes ou com os consagrados. O Papa Francisco disse: “Faço um apelo a todos aqueles que sentem este chamado, para que correspondam generosamente à voz do Espírito, segundo o próprio estado de vida, e não tenham medo de ser generosos com o Senhor”.[3]
Nós, que também somos Igreja, somos chamados a fazer missão. Assim como Jesus subia a montanha para orar a seu Pai e recorria ao Espírito Santo para garantir aos seus a continuidade desta história de Salvação, de modo semelhante, devemos imitar esta comunidade de Amor e dar cumprimento à missão que nos foi encomendada como um só corpo, no qual cada um cumpre uma tarefa específica.
O Papa Bento XVI diz-nos: “… recebam o Espírito Santo, para serem Igreja. Igreja significa estar todos unidos como um corpo que recebe sua influência vital de Jesus ressuscitado. Este dom é maior do que nosso coração, pois brota das entranhas da Santíssima Trindade. Fruto e condição: sentir-se parte uns dos outros, viver em comunhão. Por isso, queridos jovens, acolham em seu interior a força de vida que há em Jesus. Deixem-no entrar em seu coração. Deixem-se modelar pelo Espírito Santo”.[4]
Continuemos nossa meditação com estas perguntas:
Respondo ao chamado missionário que o Senhor me faz? Como vivo o exemplo da Santíssima Trindade, que é Comunidade de Amor? Ofereço amor concreto em minha comunidade? Oramos juntos para consagrar a missão ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
És Deus, uno e trino,
o mistério da fé que me envolve.
Pelo chamado de teu Filho, faço-me discípulo;
pela unção de teu Espírito Santo,
levo comigo o poder do missionário.
Quero aprender a servir-te
e a caminhar com tua Igreja
na missão que nos confias
de ensinar a todas as nações
teu admirável amor.[5]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo vivo cada um de meus dias.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Identifico um grupo de jovens que não estejam próximos de Deus e, juntamente com meus irmãos de comunidade, organizar-me-ei para levar-lhes uma mensagem (um cartão, um texto bíblico, etc.) que lhes fale de Deus.
“Oh Trindade eterna! Tu és um mar sem fundo em que quanto mais mergulho,
mais te encontro;
e quanto mais te encontro, ainda mais te busco.
De ti jamais se pode dizer: já basta!”
Santa Catarina de Sena
[1] P. José Kentenich, Sacerdote Palotino, alemão, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt.
[2] É licenciado em Teologia pela Faculdade de Teologia do Uruguai (2007). Atualmente é Secretário Executivo da Comissão Nacional da Animação Bíblica da Pastoral (Conferência Episcopal do Uruguai) e Delegado para a Animação Bíblica na Diocese de Flórida-Durazno.
[3] Mensagem do Papa Francisco – Jornada Mundial das Missões 2013 (https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/missions/documents/papa-francesco_20130519_giornata-missionaria2013.html)
[4] Viagem Apostólica de Bento XVI a Sidney, JMJ 2008 (http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/es/speeches/2008/july/documents/hf_ben-xvi_spe_20080720_organiz.html)
[5] Equipe Lectionautas.