Mateus 7,21-29
28 de junho de 2018“ Ele levou as nossas doenças e carregou as nossas enfermidades.”
30 de junho de 2018Jesus desceu do monte, e muitas multidões o seguiram. Então um leproso chegou perto dele, ajoelhou-se e disse:
— Senhor, eu sei que o senhor pode me curar se quiser.
Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse:
— Sim, eu quero. Você está curado.
No mesmo instante ele ficou curado da lepra. Então Jesus lhe disse:
— Escute! Não conte isso para ninguém, mas vá pedir ao sacerdote que examine você. Depois, a fim de provar para todos que você está curado, vá oferecer o sacrifício que Moisés ordenou.
Oração:
Peçamos ao Espírito Santo o dom de confiar sempre no Senhor!
Todas as vezes que celebramos uma missa, fazemos uma profissão de fé que me é muito cara: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”.
Essa profissão de fé, que fazemos momentos antes de receber o Corpo e o Sangue do Cristo no sacramento da Eucaristia, é retirada do diálogo de Jesus com um centurião romano (Mt 8, 8), cujo texto rezaremos na liturgia de amanhã.
No início da minha oração essa profissão de fé me veio muito forte. O leproso que se aproxima de Jesus é detentor de uma fé exemplar, demonstrada nas palavras que dirige a Jesus, como também na coragem de aproximar dEle, pois, de acordo com as leis da época, na condição de leproso, era obrigado a se afastar das cidades e das pessoas sadias. Ao se aproximar de Jesus ele comete uma desobediência civil e poderia ser punido.
Jesus, como lhe é peculiar, ultrapassa o limite das prescrições legais. Estende a mão ao leproso e o toca e, por isso, também pelas normas da época, torna-se impuro e já não pode mais entrar nas cidades. Mas, para Jesus, o mais importante é a pessoa humana que necessita de sua ajuda.
Essa atitude de fé do leproso, como também a do centurião romano cuja declaração repetimos nas celebrações eucarísticas, seja para nós, hoje, o exercício espiritual a ser praticado. Nos coloquemos nas mãos de Deus, com a certeza de que, se Ele quiser, pode nos curar, mas com a confiança inabalável de que Ele quer, que nos responde como ao leproso: “Sim, eu quero”.
Para este exercício espiritual, eu gostaria de acrescentar um detalhe que faz toda a diferença. Normalmente, iniciamos o dia, após o período de oração, com muito ânimo, mas, aos poucos, vamos perdendo o entusiasmo. Se algumas coisas não dão certo ou acontecem imprevistos, logo perdemos a tranquilidade, perdemos a paz. Nesse momento, retomo a profissão de fé pronunciada em cada celebração Eucarística: “mas dizei uma palavra e serei salvo”.
Temos o hábito, não muito salutar, de acreditar que alguma coisa pode ser feita uma única vez para o resto de nossa vida. Talvez um efeito das estórias infantis que terminavam assim: então se casaram e viveram felizes para sempre.
Falta-nos acrescentar em nossos hábitos o refazer a cada dia, senão a cada momento, aquilo que queremos, aquilo que somos e em que acreditamos.
Jesus tem sempre uma palavra para nos salvar e, com certeza, Ele quer nos salvar, porém precisamos nos acostumar a ouvi-lo em cada momento: “agora é melhor você se calar”, “que tal responder apenas com um sorriso generoso”, “talvez seja melhor você perguntar ‘por quê?’, antes de fazer considerações”, “antes de julgar, você já tentou se colocar no lugar dela?”, “vai desistir assim tão facilmente?”, “eles ofenderam a mim também, lembra-se?”, “que tal perguntar por que ele(a) está te ofendendo, antes de agredir também”.
A cada momento, Jesus pode nos salvar ou curar com uma palavra. A tarefa para hoje é exercitar a capacidade de escutar essa palavra antes de cada uma de nossas ações.
Maria, mãezinha querida, acompanhe-nos e nos lembre sempre de fazer tudo que Ele nos disser. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte