“Que todo o meu ser te louve, ó Senhor”. Salmo 146,1
12 de novembro de 2015Manter a fé (Lc 18, 1-8)
14 de novembro de 2015“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la. Eu vos digo: nesta noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado”. Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”.
O trecho do evangelho de hoje está na continuidade daquele de ontem, quando Jesus disse que o Reino de Deus está dentro de nós, ou, dependendo da tradução, entre nós.
Jesus chama a atenção de seus discípulos para não se enganarem após sua paixão, morte e ressurreição, ou seja, chama a atenção de todos nós que vivemos nestes “dias do Filho do Homem”. A nós já foi revelado que Jesus é o Filho de Deus, já nos foi revelada toda Sua glória e que Ele vive para sempre junto de Deus Pai e do Espírito Santo. Ele é nosso Mestre, nosso Caminho, Verdade e Vida.
Três coisas chamam minha atenção e penso que podemos rezar com elas.
Primeira, a determinação e consciência de urgência que o discípulo deve ter. Quem estiver no terraço não deve descer para apanhar os bens. Há urgência no seguimento a Jesus. O discípulo não deve ficar adiando o momento de aderir ao projeto de vida que Deus tem para ele. E, quem estiver nos campos, não volte para trás. O discípulo deve sempre continuar seguindo o caminho. Aquele que volta para trás perde tudo que já conseguiu. É necessário manter a determinação de continuar sempre.
Segunda, a diferença contida no espírito de duas pessoas que estão, aparentemente, fazendo a mesma coisa. Duas mulheres moendo juntas, uma delas se comporta como discípula, coloca no que faz o melhor de si, doa-se por completo, com amor trabalha para a construção do Reino. O mesmo acontece com um dos dois homens que estão no campo. Como o Reino não se pode ver, não só a ação importa, mas também a intenção que move o discípulo naquela ação.
Terceira, somos chamados, desde o batismo, a ser profetas e, portanto, precisamos estar atentos aos sinais do tempo. Quando vemos muitos abutres reunidos, sabemos que lá está um cadáver, do mesmo modo devemos reconhecer, entre nós, a presença do Senhor e o projeto que Ele tem para nós, onde somos chamados a atuar. Assim foi dito por Pedro que, após receber o Espírito Santo, recorda-se do profeta Joel e proclama: “E, naqueles dias, derramarei o meu Espírito também sobre meus servos e servas, e eles profetizarão” (At 2,18).
Venha, Senhor! Envie Seu Espírito e renove em nós o fogo do seu amor. Amém!
***
João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte