Jesus…continuou o seu caminho
21 de março de 2022“Um Senhor que se submete!”
23 de março de 2022Mt 18,21-35 – “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim?”
- Leitura: O que o texto diz?
No presente texto do Evangelho de Mateus, temos um diálogo entre Jesus e Pedro. Este se aproxima de Jesus. Sair de si mesmo revela a intenção de corresponder a quem o chamou por primeiro. Anteriormente, no quarto capítulo, o evangelista fala que Jesus chamou os primeiros discípulos. Eles eram chamados a pescar homens, vidas em prol do Reino de Deus. Tal chamado começou com um olhar de amor de Jesus em direção aos discípulos. A proximidade de Pedro revela sua busca de perguntar, de escutar o seu mestre. Podemos perceber que Pedro fazia parte da comunidade dos discípulos, que compartilhavam a missão e os passos de Jesus. A vida em comum dos discípulos exigia atitudes de caridade e perdão. Este foi o tema da pergunta de Pedro: “quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim?” O ato de perdoar não pode se limitar a uma quantidade fixa, limitada de sete vezes. A perfeição do número sete deve ser levada ainda mais à perfeição em virtude do amor e misericórdia de Deus que sempre perdoa seus filhos e filhas. Na parábola, Jesus quer inaugurar um novo tempo: o Reino de Deus. Um tempo novo, onde a compaixão gera o perdão sem limites. Leia mais uma vez o texto e perceba como se comportam os personagens da parábola.
- Meditação: O que o texto me diz?
A linguagem da compaixão e do perdão é adesão à missão de Jesus. É o caminho da conversão para quem quer ser discípulo e discípula. Na parábola, o empregado fora vendido, como escravo, junto com sua família e seus bens para poder pagar a dívida para com o rei. O empregado suplicou ao patrão um prazo para sanar sua dívida. O rei se encheu de compaixão e perdoou-lhe a dívida. A história se repetiu e, infelizmente, o empregado perdoado, tendo alguém o devia, não soube agir com misericórdia e perdão. A consequência foi a ira do patrão ao saber da perversidade do empregado que não entendeu a linguagem e a prática da compaixão. Reflita: perdoar setenta vezes sete é romper com todos os esquemas de vingança e crueldade. Jesus queria livrar seus discípulos desse esquema e ensiná-los o perdão ilimitado de Deus.
- Oração: O que o texto me faz dizer?
Este trecho belíssimo do Evangelho de Mateus nos questiona profundamente. E da recepção desse texto em seu coração, você pode expressar para Deus como tem sido suas experiências de ser perdoado por Deus. Louve ao Senhor pela infinita misericórdia que Ele tem por você. A partir dessa experiência de perdão, reconheça como você se encontra diante da possibilidade de perdoar e da abertura do seu coração para acolher o perdão. Fale para Deus como se encontra diante dessa realidade.
- Contemplação: O que Deus, através do texto, faz em mim?
Depois de rezar, de se derramar diante de Deus sinta como Ele te envolve com seu amor. Você recordará tantas ações de Deus em sua vida. Ele é o Deus que perdoa e que te faz retornar aos seus braços de Pai. E como experiência de amor que perdoa toda culpa, toda queda, o Senhor te dá um coração aberto que também perdoa.
- Ação: Que gestos concretos a Palavra de Deus me impulsiona a fazer?
No Evangelho de Lucas, Jesus quando curou o paralítico também o perdoou. Ele ensinou com sua vida o que é a misericórdia, o que é perdoar. Em nossa vida, temos muitas situações em que somos magoados e feridos. Em outras realidades, somo nós quem geramos feridas e marcas em algumas pessoas, muitas vezes em pessoas que amamos. Peça a Deus a graça de perdoar a quem o Senhor te mostrar e a quem você sentir que é o momento certo para tomar a iniciativa. Não tenha medo. Se experimentamos do seu amor e do seu perdão, Ele nos capacita para seguir os passos de Jesus, como discípulos e discípulas.
Ir. Edmilton de Almeida Lima, INJ
*Membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Pós-graduado em Formação para Vida Religiosa pelo Instituto São Tomás de Aquino (ISTA-BH). Graduando em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE-BH). Graduado em Sociologia pela UFC e Filosofia pela FCF.