Viver como bem-amados (Mt 12,14-21)
19 de julho de 2014Os sinais oferecidos por Jesus exigem fé (Mateus 12, 38-42)
21 de julho de 2014PREPARAÇÃO ESPIRITUAL
Pai, fonte de luz e calor, envia-nos tua palavra viva,
faze que a acolhamos sem medo e aceitemos ser abraçados por ela.
Venha tua palavra, Senhor,
e uma vez aceso em nossos corações teu fogo inextinguível,
seremos, nós mesmos, portadores desse fogo uns aos outros.
Ignacio Larrañaga[1]
TEXTO BÍBLICO: Mateus 13.24-43
Parábola do joio, da semente de mostarda e do fermento
Marcos 4.30-32; Lucas 13.18-21
24Jesus contou outra parábola. Ele disse ao povo:
– O Reino do Céu é como um homem que semeou sementes boas nas suas terras. 25Certa noite, quando todos estavam dormindo, veio um inimigo, semeou no meio do trigo uma erva ruim, chamada joio, e depois foi embora. 26Quando as plantas cresceram, e se formaram as espigas, o joio apareceu. 27Aí os empregados do dono das terras chegaram e disseram: “Patrão, o senhor semeou sementes boas nas suas terras. De onde será que veio este joio?”
28– “Foi algum inimigo que fez isso!”, respondeu ele.
E eles perguntaram:
29– “O Senhor quer que a gente arranque o joio?”
– “Não”, respondeu ele, “porque, quando vocês forem tirar o joio, poderão arrancar também o trigo. 30Deixem o trigo e o joio crescerem juntos até o tempo da colheita. Então eu direi aos trabalhadores que vão fazer a colheita: ‘Arranquem primeiro o joio e amarrem em feixes para ser queimado. Depois colham o trigo e ponham no meu depósito’”.
31Jesus contou outra parábola. Ele disse ao povo:
– O Reino do Céu é como uma semente de mostarda, que um homem pega e semeia na sua terra. 32Ela é a menor de todas as sementes; mas, quando cresce, torna-se a maior de todas as plantas. Ela até chega a ser uma árvore, de modo que os passarinhos vêm e fazem ninhos nos seus ramos.
33Jesus contou mais esta parábola para o povo:
– O Reino do Céu é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que ele se espalhe por toda a massa.
34Jesus usava parábolas para dizer tudo isso ao povo. Ele não dizia nada a eles sem ser por meio de parábolas. 35Isso aconteceu para se cumprir o que o profeta tinha dito:
“Usarei parábolas
quando falar com esse povo
e explicarei coisas desconhecidas
desde a criação do mundo”.
36Então Jesus deixou a multidão e voltou para casa. Os discípulos chegaram perto dele e perguntaram:
– Conte para nós o que quer dizer a parábola do joio.
37Jesus respondeu:
– Quem semeia as sementes boas é o Filho do Homem. 38O terreno é o mundo. As sementes boas são as pessoas que pertencem ao Reino; e o joio, as que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeia o joio é o próprio Diabo. A colheita é o fim dos tempos, e os que fazem a colheita são os anjos. 40Assim como o joio é ajuntado e jogado no fogo, assim também será no fim dos tempos. 41O Filho do Homem mandará seus anjos, e eles ajuntarão e tirarão do seu Reio todos os que fazem com que os outros pequem e também todos os que praticam o mal. 42Depois os anjos jogarão essas pessoas na fornalha de fogo, onde vão chorar e ranger os dentes de desespero. 43Então o povo de Deus brilhará como o sol no Reino de seu Pai. Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Padre Antonino Cepeda
Padre Fidel Oñoro
ü Algumas perguntas para ajudar-te em uma leitura atenta…
O que faziam todos quando o inimigo semeou a erva ruim no meio do trigo? Por que o dono não permitiu que os trabalhadores arrancassem a erva ruim? Como Jesus explicou a parábola da erva ruim no campo? De que falam as outras parábolas que há no texto?
Algumas considerações para uma leitura proveitosa…
Esta parábola do joio (13.24-30) também terá uma explicação da parte de Jesus, a qual corresponde a uma pregação da comunidade cristã (13.36-43); entre estes dois momentos, encontram-se a parábola do grão de mostarda (13.31-32), a parábola do fermento (13.33) e a constatação de que Jesus só falava em parábolas (13.34-35).
Mais uma vez entra como elemento da parábola a semente, a boa semente, semeada por um homem em seu campo (13.24); agora, porém, um inimigo semeia a cizânia, ou a erva ruim, entre o trigo. O trigo e a erva ruim se parecem; por isso, convém deixá-los crescer juntos até que se possam distinguir; quando estiverem maduros, a semente do joio é negra, ao passo que a de trigo é amarela.
Ainda que os servos sugiram outra coisa, o dono ordena-lhes que os deixem crescer juntos até à colheita, “porque, quando vocês forem tirar o joio, poderão arrancar também o trigo” (Mt 13.29).
Deste modo, esta parábola adquire um sentido transcendente a respeito de nossa peregrinação no mundo. É uma parábola do Reino dos Céus, mas que enfatiza o dia do juízo, do discernimento. Somente no fim dos tempos será possível fazer uma separação adequada entre o trigo e o joio.
A parábola responde ao espanto demonstrado por alguns discípulos do Senhor diante do mal (simbolizado pelo joio) que existe no mundo: muitas pessoas gostariam que Deus interviesse com todo o seu poder e colocasse o maus em seu devido lugar, exaltando os bons, mas parece que nada disso acontece.
O Reino dos Céus não é nem imponente nem pomposo: eis o que Jesus demonstra com as parábolas do grão de mostarda e do fermento. O Reino age de maneira simples e imperceptível, mas aos poucos, a partir de dentro, vai operando a transformação.
2. MEDITAÇÃO
O que o Senhor me diz no texto?
Na exortação Apostólica A Alegria do Evangelho, do Papa Francisco, o nº 278 nos convida a “crer no Evangelho”…
“A fé é também acreditar nele, acreditar que é verdade que ele nos ama, que vive, que é capaz de intervir misteriosamente, que não nos abandona, que tira o bem do mal com seu poder e com sua infinita criatividade. É acreditar que ele caminha vitorioso na história ‘em união com os seus, os chamados, os eleitos e os fiéis’ (Ap 17.14). Acreditemos no Evangelho, que diz que o Reino de Deus já está presente no mundo, e está se desenvolvendo aqui e ali, de diversas maneiras: como a semente pequena que pode chegar a tornar-se uma grande árvore (cf. Mt 13.31-32); como um pouco de lêvedo, que fermenta grande quantidade de massa (cf. Mt 13.33); como a boa semente, que cresce no meio do joio (cf. Mt 13.24-30), e sempre pode surpreender-nos agradavelmente. Ela encontra-se aí, nasce novamente, luta por florescer de novo. A ressurreição de Cristo provoca em toda parte brotos desse mundo novo; e mesmo que sejam cortados, tornam a brotar, porque a ressurreição do Senhor já penetrou a trama oculta desta história, porque Jesus não ressuscitou em vão. Não fiquemos à margem desta marcha da esperança viva!”[2]
Agora perguntemo-nos:
Abro meu coração ao ensinamento de Jesus sobre o Reino? Que atitude tenho diante dos problemas que o mundo apresenta? Tenho paciência ou me desespero? Estou deixando que a semente da palavra de Deus cresça em minha vida e vá dando fruto?
3. ORAÇÃO
O que respondo ao Senhor me fala no texto?
Senhor, Juiz do universo,
faze-nos tomar consciência de que a cada dia
pomos em jogo nossa eternidade.
Eternidade que não começa no final dos tempos,
mas em cada uma de nossas opções e compromissos.
Ó Senhor, que hás de julgar todas as nações,
ilumina nosso presente,
pois nosso juízo final
já começou…
Michel Hubaut[3]
4. CONTEMPLAÇÃO
Como ponho em prática, me minha vida, os ensinamentos do texto?
Senhor, permite-nos compreender que o Reino dos Céus não se impõe com poder, mas que transforma a vida a partir de dentro, aos poucos, como o fermento na massa.
5. AÇÃO
Com que me comprometo para demonstrar mudança?
Em minha oração, levarei em conta os problemas que observo ao meu redor, descobrindo neles um apelo do Senhor, pedindo a instauração do Reino de Deus e sua justiça. Meu compromisso se expressará em pequenas ações de misericórdia que serão como uma semente de mostarda.
“O inimigo deve ter medo de nós, e não nós do inimigo”
Santa Faustina