Para que nenhum pequenino se perca (Mateus 18, 1-5.10.12-14)
9 de agosto de 2016O per-dão (Mateus 18,21-19,1)
11 de agosto de 2016Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se um grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo. Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira. Quem quiser me servir siga-me; e, onde eu estiver, ali também estará esse meu servo. E o meu Pai honrará todos os que me servem.
Espírito Santo, meu auxílio e minha esperança, aqui novamente me coloco diante da Palavra, confiante de que ela pode me transformar na pessoa sonhada por Deus, quando soprou o barro modelado por suas mãos. Vinde, pois, e a faça fecunda em meu coração.
As palavras são o elemento mais fantástico da diferenciação do ser humano com o restante da criação de Deus. Por meio delas, podemos comunicar ideias e novos pensamentos, transmitir e acumular conhecimento. Porém, às vezes, elas nos confundem.
Em Gênesis, lemos: “Assim Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos com Deus. Ele os criou homem e mulher” (Gn 1, 27).
O tempo verbal utilizado é o pretérito perfeito, ou seja, expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Porém é muito comum percebermos que nós não estamos prontos, que ainda não somos o que devíamos ser.
Senhor, sua palavra de hoje ajuda-me muito a compreender melhor a razão desta aparente contradição. O Senhor faz-me compreender que todo o potencial para ser o que devo ser já está em mim, porém preciso utilizá-lo para a finalidade adequada. O grão possui a vida em si, contudo ela jamais será manifestada se ele não cair por terra e morrer. O grão que tentar reter a vida em si mesmo, jamais será aquilo que deveria ser.
Senhor, percebo também que há uma diferença entre me preservar e me apegar à minha vida. Ora, quando quiseram lançá-lo do alto do monte, o Senhor passou pelo meio da multidão e foi embora (Lc 4, 29-30), preservou sua vida. Contudo, quando alguns fariseus o aconselharam a ir embora, porque Herodes queria matá-lo, o Senhor não se afastou de sua missão, pelo contrário, mandou dizer a ele: “Hoje e amanhã eu estou expulsando demônios e curando pessoas e no terceiro dia terminarei o meu trabalho” (Lc 13, 31-32), não se apegou à sua vida.
Senhor, é muito bom compartilhar estes momentos de sua intimidade, quando posso experimentar você ajudando-me a discernir o caminho que devo seguir. Quando me ajuda a perceber que há coisas pelas quais devo enfrentar qualquer ameaça, pois muito pior é não enfrentá-la, mas há coisas que não farão nenhuma diferença e me expor não ajudará em nada no cumprimento de minha missão.
Quando experimentamos da intimidade do Senhor, fica muito claro que nossa vida é para servir ao amor. Um amor que se traduz na construção do Reino, onde todos servem aos mais necessitados, onde desabrocha a vida verdadeira. Por isso, o convite para hoje é vivermos intensamente nesta intimidade, criando a confiança de que, ao nos lançarmos na construção do Reino, nossa vida ofertada será como grão que germina e gera mais vida.
Ainda gozando da intimidade do Senhor, guardar com muito carinho a exortação de Paulo na primeira leitura de hoje: “Lembrem disto: quem planta pouco colhe pouco; quem planta muito colhe muito. Que cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração, não com tristeza nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria” (2Cor 9, 6-7).
Espírito Santo, vento que sopra onde quer, nos conduza para o amor. Amém!
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João Batista Pereira Ferreira – Família Missionária Verbum Dei – Belo Horizonte