Perseguidos, mas não vencidos. Herdaremos o Reino dos Céus!
29 de agosto de 2020Pregação na sinagoga de Nazaré
31 de agosto de 202022º Domingo do Tempo Comum
Mt 16,21-27 – Seguimento e renúncia
Leitura: O que o texto diz?
Para rezarmos com essa passagem, é importante lembrar os acontecimentos imediatamente anteriores. Jesus permanece reunido com seus discípulos depois da profissão de fé de Pedro e da sua revelação como Messias. E aqui, ele se dedica a explicar um ponto fundamental da sua missão como ungido de Deus: ele deve sofrer muito nas mãos dos anciãos para só então ressuscitar. Como deve ter sido confuso para os discípulos escutar tal anúncio depois de um momento tão importante! Pedro tenta convencer Jesus e o repreende por dizer isso, e é aí que Jesus chama-o de Satanás (que pode ser traduzido como opositor) e de pedra de tropeço. Jesus então passa a explicar que para o seguir, é fundamental uma atitude de renúncia de si mesmo e abraço à Cruz.
Meditação: O que o texto me diz?
Pedro na semana passada foi escolhido como a pedra na qual a Igreja seria firmada, enquanto hoje é chamado de pedra de tropeço no caminho de Cristo. Rapidamente, podemos esquecer dos planos de Deus se nós não voltamos o nosso coração para o alto, e mesmo acreditando que estamos fazendo boas coisas, muitas vezes nosso olhar acaba centrado na nossa própria vida, nossos próprios interesses. Nosso Mestre Jesus, manso e humilde de coração, nos lembra sempre que somente a entrega de si mesmo, como ele mesmo o fez, edifica o Reino de Deus entre os homens.
Oração: O que o texto me faz dizer?
Que a nossa oração hoje seja uma oração de esvaziamento (a Kenosis, de Filipenses), pois como o Senhor Jesus foi totalmente entregue nas mãos do Pai, nós também devemos adotar essa postura de entrega confiante. É muito difícil fazer isso quando estamos inseridos em um contexto cada vez mais egoísta e superficial, mas é justamente a renúncia dessa realidade passageira que nos faz capaz de abraçar a Luz do céu. Que Deus nos ajude a fazer de nossas cruzes um caminho seguro para fazer a paz de Jesus permanecer no nosso meio.
Contemplação: O que o texto faz em mim?
Desafiados pelo convite de Jesus e provocados pelo seu olhar misericordioso, vamos deixar sua Palavra penetrar silenciosamente na nossa vida, iluminando toda e qualquer dificuldade que surge. Temos muito o que renunciar, mas não é essa a direção que devemos olhar. Toda vez que deixamos uma prisão para traz, abre-se um novo espaço na nossa história para a construção de um novo mundo, de uma nova realidade! O compromisso com o Reino é exigente, mas vale muito a pena, porque estamos colaborando e fazendo o plano amoroso de Deus acontecer.
Ação: O que eu posso fazer a partir do texto?
Diante dessa grande e bonita reflexão, somos chamados a pensar nas nossas opções de vida: o que eu estou fazendo por puro egoísmo, ou deixando de fazer porque me amedronta, porque não me agrada? Eu quero ser capaz de abraçar a minha cruz, enfrentar os desafios, mesmo sabendo das dificuldades, para deixar o Amor de Deus acontecer na minha vida? E na vida das pessoas ao meu redor?
João Victor Batista
Membro leigo do Instituto Nova Jerusalém e estudante do bacharelado em Ciências Econômicas na UFC. Reside atualmente em Fortaleza/CE.